Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Terça-feira, 04 de Setembro de 2018, 12:18 - A | A

04 de Setembro de 2018, 12h:18 - A | A

POLÍTICA / DEDO NA FERIDA

Fraudes em Caravana resultam em troca de farpas entre deputados

Luana Valentim



(Foto: AL-MT)

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Em uma sessão conturbada no plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (04), os deputados Janaina Riva (MDB), Zeca Viana (PDT) e Wilson Santos (PSDB), voltaram a discutir, agora sobre a operação Catarata que foi deflagrada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado nesta segunda-feira (03). Que investiga fraudes em contratos entre o Estado e a empresa 20/20 Serviços Médicos, que prestou serviços para a Caravana da Transformação.

 

Ainda nesta segunda, a deputada emedebista já havia divulgado um vídeo em suas redes sociais – WhatsApp e no stories do Instagram – que esperava a operação, pois avisou desde 2016 que se tratava, na verdade, de uma ‘caravana da enganação’. Pois, a empresa já era na época acusada por escândalos de corrupção. E mesmo avisando, o governador Pedro Taques (PSDB) teria dito que era mais um ato da oposição querendo impedir as cirurgias.

 

Nesta terça, Janaina usou da tribuna para falar sobre a operação que envolve o programa que Taques mais se utiliza como referência de sucesso de sua gestão. A deputada reforçou que a ação do Gaeco não lhe causou surpresa, pois esperava a operação, que até demorou muito, ainda de acordo com a parlamentar, para ser deflagrada.

 

“Veja bem presidente, o absurdo de o governo chegar a realizar cirurgias fantasmas, eu já havia visto em outros Estados, mas aqui em Mato Grosso eu acredito que seja mais uma inovação desse governo incompetente e corrupto da gestão Pedro Taques”, pontuou.

 

Ela relatou que o Estado insiste em contratar empresas que tem problemas com a Justiça por onde passa. Sendo por culpa desvios como este, que várias pessoas estão morrendo no Estado por falta de atendimento na saúde.

 

“É uma pena que a Justiça seja tão morosa. Se estivesse impedido isso há 2 anos atrás de acontecer dessa forma, se estivessem realizado esse procedimento com pessoas corretas usando bem os nossos recursos públicos, que já é escasso, com certeza seria bem-vindo. Agora da forma que foi feito eu não tenho dúvida nenhuma que isso ainda vai dar muito problema daqui para frente”, destacou.

 

Indignada, Janaina avalia que a Caravana na verdade é um circo embaixo de uma lona e desafiou Wilson dizendo que já que ele gosta de fazer apostas, então que se ficar comprovado que houve esses desvios, que ele renuncie.

 

Porém, Wilson – vice-líder do governo na Casa – questionou o fato de o Ministério Público ter deflagrado uma operação as vésperas da eleição, sendo que as cirurgias são realizadas desde 2016. Ele articula que pode se tratar de um ato eleitoreiro contra a campanha do governador.

 

Já Viana reforça as palavras de Janaina e afirma que a denúncia original que levou a operação partiu da representação dele como presidente do Partido Democrático Trabalhista.

 

No dia 06 de agosto, a procuradora eleitoral, Cristina Nascimento de Melo acatou a representação do PDT pedindo a suspensão do projeto Caravana da Transformação e determinou ainda uma multa a Taques por prática de conduta vedada em período eleitoral.

 

“Eu quero dizer ao nobre líder do governo, que a ação contra o senhor governador Pedro Taques na Caravana da Transformação foi movida com autorização do PDT para que chegasse onde chegou. É que existem tantos números, não existindo um correto. Por isso que o Ministério público entendeu que era eleitoreiro”, relatou.

 

Ele ainda criticou o questionamento do tucano sobre o fato de que somente agora em período eleitoral ter sido deflagrada a operação e pontuou que também é crítico quanto aos órgãos de controle, sobre o motivo de ainda não ter vários políticos presos, sendo essa ‘morosidade’, pois o ‘Judiciário e o Ministério Público sabem quem rouba dinheiro público’.

 

“O governador Pedro Taques já devia estar na cadeia, mas vão deixar passar no Fantástico para depois eles agirem. É isso que tem na nossa Justiça. Eu também concordo com o senhor nessa parte, que a Justiça é morosa. Pois ela deveria ter agido lá atrás entre a 1ª e a 2ª edição”, destacou.

 

Viana acredita que se Taques tivesse passado esse valor para os hospitais possibilitando que as cirurgias fossem feitas nas unidades de saúde, poderiam ter menos gastos e com uma estrutura melhor.

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