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POLÍTICA Sábado, 20 de Outubro de 2018, 16:45 - A | A

20 de Outubro de 2018, 16h:45 - A | A

POLÍTICA / MAIS DE R$ 1 MILHÃO

Ex-secretários recebiam "extra" como complemento de salário, revela Malouf

Da Redação



(Foto: Reprodução)

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Após a quebra do sigilo da delação premiada do empresário Alan Malouf, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo estão vindo à tona nomes de empresários, marido de juíza, do seu primo e ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e ainda boa parte do staff do governador tucano Pedro Taques e, incluisve, o próprio gestor - que supostamente - estariam envolvidos em um esquema 'monstruoso' desde o desvio de dinheiro por meio de licitações até "caixa 2" ocorrido na campanha vitoriosa de Taques, em 2014.

 

A delação de Malouf teve o sigilo quebrado em decisão, publicada nesta sexta-feira (19), após acolher argumento do Ministério Público Federal (MPF), que disse "não haver interesse na preservação do sigilo nestes autos",  em virtude da ampla divulgação, em noticiário nacional, sobre a existência do processo.

 

Na delação Malouf revelou que os ex-secretários estaduais de Fazenda e de Gestão do atual governo, Paulo Brustolin e Júlio Modesto, teriam recebido mais de R$ 1 milhão de verba extra como complemento de salário e para assumirem os cargos.

 

Para Brustolin foi pago R$ 500 mil a título de luva para assumir o cargo e receber um salário de R$ 80 mil mensais no período de janeiro a dezembro de 2015.

 

"Paulo Brustolin era um executivo reconhecido que trabalhava junto à Unimed Cuiabá, tendo uma renda mensal de aproximadante R$ 60 mil, razão pela qual só aceitava assumir um cargo no governo se seu salário fosse complementado, pois do contrário manteria suas atividades na iniciativa privada", revelou.

 

Já Júlio Modesto recebeu de complemento R$ 25 mil mensais no mesmo período do Brustolin. 

 

O delator afirmou que o complemento de salário de Brustolin foi informado ao governador Pedro Taques, que seriam pagos pelos por Alan Malouf, Marcelo Malouf, Erivelton Gasques e Juliano Bortoloto, a pedido do próprio Taques.

 

No entanto, em dezembro, Malouf informou à Taques que não pagaria mais os valores e, segundo a delação, o tucanos respondeu que encontraria uma "solução para o problema".

 

“Em dezembro de 2015, o peticionante informou para Paulo Brustolin e Julio Modesto que não pagariam mais os valores a título de complemento de salário, eis que até aquele momento não havia recebido os valores aportados na campanha a título de empréstimo”, diz trecho da delação. 

 

“De igual modo, o peticionante informou ao então governador Pedro Taques, que o grupo não mais pagaria os valores para os referidos secretários a título de complemento de salário. O governador concordou, e afirmou ao peticionante que iria encontrar uma solução para o problema”, contou.

 

Por meio de nota, a defesa do ex-secretário Paulo Brustolin, Vinicius Segatto, informou "que causou enorme estranheza e indignação ao seu cliente o surgimento de seu nome ligado a uma delação premiada firmada pelo empresário Alan Malouf". 

 

De acordo com Segatto, "Brustolin jamais fez qualquer pedido para assumir a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT), ao qual ficou a frente durante 18 meses e se dedicou integralmente, jamais cometendo qualquer tipo de irregularidade, tendo pautado sua atuação pelos princípios da ética, transparência e legalidade que inclusive o norteiam ao longo dos últimos 20 anos em que atua na iniciativa privada, para onde retornou após dar sua contribuição à administração pública".

 

"Quanto à sua postura e seus princípios morais não há razões para questionamentos, pois, sempre atuou com lisura e honestidade e, por esse motivo, qualquer afirmação contrária é vil e leviana. Por fim, Segatto lembra que ao longo do período em que seu cliente esteve na Sefaz, todos os trabalhos desenvolvidos em prol de Mato Grosso contaram com o conhecimento, a participação e a chancela dos órgãos de controle. No intuito de elucidar os fatos e reestabelecer a verdade, a defesa informa que tomará as medidas cabíveis", finalizou.

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