Cuiabá, 07 de Maio de 2024

POLÍTICA NACIONAL Domingo, 20 de Fevereiro de 2022, 18:45 - A | A

20 de Fevereiro de 2022, 18h:45 - A | A

POLÍTICA NACIONAL / ENFRENTAMENTO AO STF

Medeiros diz que Fachin é petista e chama Barroso de “cara de pau”; veja vídeo

Thays Amorim
Única News



O deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) não poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), chamando o ministro Edson Fachin de “petista” e destacando o seu apoio, por meio de uma nota, ao Movimento Sem Terra (MST) e à eleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O parlamentar também afirmou que o ministro Luís Roberto Barroso é “cara de pau” em relação às suas críticas às manifestações do dia 7 de setembro do ano passado, que tiveram como objetivo criticar a Corte e demonstrar apoio ao presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

As declarações foram feitas durante a live do Única News na última terça-feira (15) - veja o vídeo abaixo. Medeiros já foi alvo de denúncias junto ao STF por suposta prática de fake news e racismo, além de ter sido citado em uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) por ser um dos propagadores de hashtags de atos antidemocráticos que ocorreram em maio de 2020.

As críticas do deputado ocorreram após ele ser questionado sobre a possibilidade de disputar o Governo do Estado nas eleições deste ano. Medeiros negou, afirmando que Bolsonaro precisa construir uma forte base no Senado, visando a reeleição - onde enfrenta problemas atualmente.

“De repente, sim [sobre disputa ao Palácio Paiaguás], mas é muito difícil porque o presidente já externou que quer alguém com esse meu perfil no Senado. Hoje, o presidente passa muita dificuldade ali por falta de pessoas que tenham a coragem de fazer o enfrentamento necessário, por exemplo a ministros, que só tem o nome de ministros, que na verdade são militantes petistas que estão lá”, apontou.

Uma das críticas foi direcionada a Fachin, que assume na próxima terça-feira (22) a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), importante protagonista das eleições. Em março do ano passado, o mesmo magistrado anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Justiça Federal no Paraná, relacionadas às investigações da Lava Jato. Com a decisão, Lula voltou a ser elegível e deve enfrentar Bolsonaro nas urnas.

Sem citar Bolsonaro, na terça-feira, Fachin afirmou que o TSE irá enfrentar "as ameaças ruidosas do populismo autoritário" e disse que "a democracia vai triunfar em 2022".

“Eles colocam termos soltos lá, "populismo autoritário", o que significa que ele vai combater o populismo autoritário? [...] então, a nossa preocupação é a seguinte, tem alguém condenado em primeira, segunda e terceira instância, que é o caso de Lula, com decisões já do STF, e ele em uma canetada anula isso, para o cara ser candidato. Ele [Fachin] era petista confesso, falou no microfone, nomeado pela Dilma, defensor do Movimento Sem Terra (MST), trabalhava por isso, ganhava dinheiro com isso, e essas coisas parecem normais para as pessoas”, disse Medeiros.

Apesar das declarações, não existem confirmações de que Fachin trabalhava e ganhava dinheiro por meio do MST. Contudo, em 2008, o magistrado assinou uma nota de apoio ao movimento, que na época teve um enfrentamento junto ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2010, o ministro assinou um manifesto de juristas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde atuava como professor, em apoio à eleição de Dilma. Ele foi nomeado como ministro pela presidente eleita em 2015, o que gerou discussões sobre uma suposta indicação partidária.

Rusgas atingem Barroso

As críticas durante a live do Única News não foram direcionadas somente a Fachin. Barroso também foi alvo, a quem Medeiros classificou como petista e disse que ataques a Bolsonaro já são “públicos”.

“O Barroso pirou, só falta se vestir com a camisa do PT, ele não se contém. As falas já são públicas, de ataque explícito ao presidente, totalmente [tendenciosas]. Ontem, ele falou que o presidente tem problema cognitivo. Ora, eu devolvo para ele o seguinte: será que ele teve problema? Quem é ele para falar, logo ele, nomeado pela Dilma. E outro populismo autoritário, eu devolvo essa pecha para alguns ministros do STF”, enfatizou, afirmando que quem critica a Corte, tem a casa arrombada e acaba preso.

Segundo uma reportagem do jornal O Globo, até outubro do ano passado, nove apoiadores de Bolsonaro, como o blogueiro Allan dos Santos e o caminhoneiro Zé Trovão, haviam sido alvos de mandados de prisão do STF por ataques nas redes sociais. Medeiros criticou a atuação e disse ainda que militantes petistas possuem privilégios.

“Toda hora tá lá o Barroso como um pavão falando umas coisas, com aquela vaidade toda, fazendo o populismo dele, mas extremamente autoritário. Qualquer coisa que você coloque, é milícia digital. O lado do PT não, pode tudo. Pode invadir igreja, pode fazer tudo, pode quebrar, pode pichar a Aprosoja [Associação dos Produtores de Soja], tudo bem, é a manifestação democrática, é a democracia em ebulição. O lado de cá, se soltar fogos perto do STF, é manifestação golpista, terrorismo contra a democracia”, pontuou, se referindo a manifestações de junho de 2020 contra a Corte.

Na época, o grupo de apoiadores do presidente realizou diversas ofensas aos magistrados, sendo que um dos manifestantes questionou se a Corte estava "entendendo o recado". O ato foi repudiado por diversas autoridades, incluindo o STF, classificando o caso como ataque "a todas as instituições democraticamente constituídas".

Outra manifestação bolsonarista foi utilizada como referência pelo deputado federal: os atos do dia 7 de setembro do ano passado, que também tiveram apoiadores pedindo o fechamento do STF e apoiando o chefe de Estado.

Na época, em entrevista ao programa Amarelas On Air, da revista Veja, Barroso disse que as manifestações tiveram menos pessoas do que o divulgado e que viu muita gente "voltando para casa decepcionada". O ministro afirmou ainda que os atos foram o "sepultamento do golpismo".

Medeiros rebateu as críticas, apontando as falas do ministro como “cara de pau” e “canalhice”, pedindo para que Barroso deixe a toga e “enfrente” as críticas de modo igualitário.

“Ele teve a coragem, a desfaçatez, estou falando para você, ministro, porque isso aqui é em vídeo, sei que vai chegar para você no STF. [...] Ele teve a coragem e a desfaçatez de falar que o 7 de setembro foi uma minguada manifestação golpista. Tem que ser muito cara de pau, isso é canalhice. Nunca na Esplanada dos Ministérios teve tanta gente, nunca a Avenida Paulista teve tanta gente. Então, dá pra ver o nível de militância, o sujeito já não se contém”.

“Eu tenho dito, ministro, é bom que a política se oxigene, que venha mais gente, ele tem qualidade intelectual boa, mas largue a toga, ponha uma botina e vai para o bairro pedir voto. Porque o senhor vai poder ter o contraponto, à crítica, mas não como com o apito na mão. Porque quando eu faço a crítica a polícia fica em cima, aí não dá, não dá para competir desse jeito”, finalizou.

Veja o vídeo:

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