Ari Miranda
Única News
Reprodução/Internet
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), deflagrou nesta quinta-feira (18) a Operação Dígito 8, que desarticulou um esquema de fraudes em pagamentos de guias de arrecadação via QR Code PIX, envolvendo empresas e órgãos da administração pública.
A operação cumpriu dez mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão, que contou com o apoio das Polícias Civis de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e outros 5 estados brasileiros. De acordo com a investigação, o esquema criminoso começou em janeiro de 2023.
Em Mato Grosso, agentes da Polícia Civil cumpriram mandados na Prefeitura de Acorizal (70 Km de Cuiabá) e na residência de um servidor público do órgão, supostamente envolvido no esquema fraudulento.
Segundo informações, na casa do suspeito, os agentes apreenderam um revólver calibre 22, com oito munições intactas, além de seis munições calibre 38 e uma calibre .50, que estava escondida em uma cômoda.
De acordo com as investigações, o esquema criminoso começou em janeiro de 2023 e causou um prejuízo de R$ 21 milhões aos cofres públicos. A operação já é considerada uma das mais significativas contra crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro no Brasil.
ORGANIZAÇÃO DO ESQUEMA
Conforme as investigações, Os criminosos adulteravam o QR Code PIX das guias de arrecadação, inserindo valores significativamente menores do que o valor real da guia.
A fraude foi meticulosamente orquestrada por quatro núcleos distintos:
- Núcleo Operacional: Responsável por explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos;
- Núcleo de Prefeituras: Emissão das guias fraudulentas e repasse das verbas. Prefeituras de Morros/MA, Ubaitaba/BA, Serra do Navio/AP, Jacinto/MG e Acorizal/MT estiveram envolvidas;
- Núcleo de Intermediadores: Facilitador na comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras.
- Núcleo Financeiro: Utilizava empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras.
Durante a investigação, os investigadores obtiveram inclusive registros dos investigados, comemorando o sucesso da fraude em festas na cidade de Goiânia, além de ostentarem carros importados e viagens para destinos luxuosos pelo país.
Segundo Eduardo Dal Fabbro, Delegado-Adjunto da Delegacia de Repreensão a Crimes Cibernéticos (DRCC-DF), o resultado da operação reforça a necessidade de atualização dos sistemas de segurança das instituições financeiras do país, à fim de prevenir golpes e outras vulnerabilidades.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Acorizal não havia se pronunciado sobre o caso.
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