Cuiabá, 06 de Maio de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 02 de Abril de 2024, 18:05 - A | A

02 de Abril de 2024, 18h:05 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO APITO FINAL

Organização criminosa usava times de futebol amador para lavar dinheiro do tráfico; veja quem são os alvos

Alvos da operação, irmãos tinham pretensões de disputar cargos de vereador em Cuiabá.

Da Redação
Única News



Vinte e cinco pessoas foram presas durante a Operação Apito Final, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (2). A ação investiga um mega esquema de lavagem de dinheiro por meio de “laranjas” que movimentou R$ 65 milhões em apenas dois anos.

VEJA LISTA DE PRESOS NO FINAL DESTA MATÉRIA

Entre os presos da operação, os empresários Paulo Witer Farias Paello, conhecido como “WT”, e o irmão dele, Fagner Farias Paello, tinham pretensões políticas em Cuiabá e usavam times de futebol para lavar dinheiro oriundo da prática criminosa por membros da facção Comando Vermelho (CV), de acordo com a GCCO.

Paulo Farias é dono de dois times na cidade, o “Amigos do WT” e “Futebol Amador”.

Segundo o delegado da GCCO, Rafael Scatolon, os dois irmãos usavam da influência oriunda dos campeonatos amadores da capital para rebanhar possíveis eleitores, uma vez que ambos seriam pré-candidatos ao cargo de vereador em Cuiabá.

"É um propósito da facção criminosa ter uma articulação política. São pessoas vinculadas à facção para defender os interesses [deles] dentro do sistema político", disse o delegado.

De acordo com o delegado, além deles, outras 22 pessoas que pertenciam ao “núcleo duro” da quadrilha foram presas por envolvimento no esquema, onde adquiriram, com os milhões movimentados no esquema, bens como carros de luxo, imóveis e até um jet ski.

Alguns dos veículos apreendidos na operação estavam inclusive adesivados com o nome de um dos irmãos, dando a entender que, de fato, os irmãos tinham pretensões políticas para disputar as eleições municipais de outubro.

Com foco em uma investigação qualificada, que reuniu centenas de elementos informativos, relatórios e imagens, a GCCO revelou um grande esquema de lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 65.933.338,00 no período apurado.

A investigação teve início após a unidade especializada apurar que o principal alvo da operação e responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis, depois que deixou a prisão na capital, se tornou tesoureiro da facção criminosa. Liderando o grupo, ele adquiriu inúmeros bens imóveis e veículos com valores adquiridos com as práticas criminosas. O dinheiro era movimentado em contas bancárias e, posteriormente, convertido em ativos lícitos para dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores.

Além da vultosa movimentação bancária, a investigação da Polícia Civil identificou a aquisição de inúmeros terrenos, casas e apartamentos, muitos em condomínios de classe média na capital, todos adquiridos em nome de “testas de ferro”, mas diretamente vinculados com o alvo principal da investigação. Também foram descobertas as aquisições de veículos com a utilização de garagens na compra e venda, como forma de dissimular a posse e propriedade dos automóveis.

PRISÕES

Os mandados judiciais foram deferidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Capital e foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Chapada dos Guimarães, São José dos Quatro Marcos (313 Km de Cuiabá) e Maceió (AL).

Paulo Witer Farias Paelo, Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza foram detidos na sexta-feira (29) quando participavam de um jogo de futebol na cidade de Maceió.

Já o advogado e integrante da organização criminosa, que foi a Alagoas para dar assistência jurídica a seu cliente, também foi preso nesta terça-feira (02), em Maceió.

As prisões em Alagoas foram cumpridas com apoio da Diretoria de Inteligência e DRACCO, por meio da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil em Maceió, e Centro Integrado de Operações Aéreas de Segurança Pública de Mato Grosso (Ciopaer).

Foram presos na operação:

* Paulo Witer Farias Paelo (WT);
* Fagner Farias Paelo;
* Alex Júnior ("Soldado");
* Andrew Nickolas Marques dos Santos;
* Cristiane Patrícia;
* Emanuelle Antonia;
* Emilly Vitória;
* Fabiana Félix de Arruda Souza;
* Fabiana Maria de Cerqueira dos Santos;
* Guemiel Alves dos Reis;
* Jaiane Suelen;
* Jonas Cândido da Silva;
* Joventino Xavier;
* Luiz Fernando da Silva Oliveira;
* Maria Aparecida Coluna;
* Maria Henrique Tavito;
* Mayara Bruno Soares;
* Renan Freire Borman;
* Thassiana Cristina de Oliveira;
* Tayrone Jr. Fernando Souza.

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