Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍCIA Domingo, 07 de Janeiro de 2018, 08:29 - A | A

07 de Janeiro de 2018, 08h:29 - A | A

POLÍCIA / CASO RODRIGO CLARO

Ao ler depoimento de bombeiro, mãe fica chocada com a crueldade de tenente contra o filho

Daffiny Delgado



Alan Cosme

jane claro chorando 2

 

A mãe do bombeiro Rodrigo Claro, dona Jane Patrícia Claro, que perdeu o filho para um treinamento forçado pela tenente Izadora Ledur, no 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, em 2016, ficou chocada, após ler o depoimento de uma das testemunhas que viram o jovem ser torturado pela oficial.

 

Jane procurou o Site Única News, após ler a última matéria publicada nesta semana, onde com exclusividade, o veículo conseguiu um dos depoimentos prestados à Justiça por uma testemunha.

 

A mãe de Rodrigo disse que ficou tão chocada, que chegou às lágrimas ao constatar o sofrimento que o filho teve que passar durante o treinamento aquático.

 

“Eu estou completamente chocada e, sobretudo, indignada. Mesmo sabendo que meu filho foi torturado, eu jamais imaginei os requintes de crueldade que ela impôs ao filho. Subir em cima dele para afoga-lo, mesmo ele tendo já perdido as forças e ainda continuar, mesmo sabendo que outro bombeiro que fazia parte do corpo de instrutores, ficava debaixo emergindo Rodrigo para que não morresse afogado, é muito para uma mãe. Em princípio, nem consegui ler toda a matéria, pois ao imaginar e sentir a dor que meu filho sofreu, foi  muito revoltante. Esta oficial foi covarde e cruel”, ressaltou.

 

Conforme a matéria publicada na última quinta-feira (4), o que mais impressiona no depoimento é a parte onde Rodrigo, aparentemente cansado e sem forças para subir a superfície sozinho, não ganhou a piedade da tenente Ledur que não encerrava, assim mesmo, as sessões de afogamento, mais conhecido no meio dos militares, como “Caldo”.

 

“A tenente Ledur subiu em cima do Rodrigo e começou a submergi-lo por inúmeras vezes. Era visível o esforço enorme que ele [Rodrigo] realizava para emergir. Chegou um momento em que ele não tinha mais forçar para subir a superfície sozinho, foi então que o soldado Maiuson, mergulhou e o ajudava a subir. Essa sessão aconteceu pelo menos seis vezes”, diz trecho de depoimento.

 

De acordo com a mãe de Rodrigo, a família espera com muita ansiedade e, sobretudo, fé na Justiça na primeira audiência sobre o caso, que está marcada para no próximo dia 26 no Fórum de Cuiabá.

 

"Sabemos que infelizmente nosso menino, nosso amado filho Rodrigo Claro, não tevoltará mais, mas temos a esperança e muita fé em Deus que a Justiça do homem será feita, e se acaso ela falhar, saberemos esperar a Justiça de Deus acontecer na vida de todos que contribuiriam para que a vida do nosso filho fosse ceifada tão covardemente", explicou.

 

Já o pai de Rodrigo, o segundo tenente do Corpo de Bombeiros Antônio Claro, lembra de quando em 1994 quando fez o seu curso para formação de soldado, das inúmeras exigências do treinamento, mas focado na busca de um excelente preparo físico por parte de cada aluno. Porém, essa exigência passou a crescer de forma perigosa na instituição.

 

 

"Com o passar dos anos, os excessos, abusos e perseguições em treinamentos começaram a ocorrer de uma maneira perigosa. Acredito que muitos instrutores e monitores são selecionados de forma equivocada, pois temos dentro da instituição militares altamente capacitados para serem instrutores que - na maioria dos cursos ficam de fora por terem coração bom-, por serem humanos e terem perfil e pensamentos contrários a esses abusos e excessos que ocorrem na atualidade", explicou.

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