Ari Miranda
Única News
O exame de sanidade mental do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, que confessou a autoria do feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni (48), em agosto do ano passado, revelou que o preso não possui nenhum transtorno mental grave.
A informação foi confirmada ao Única News. O exame mostrou que o ex-policial "tinha total capacidade de compreender o que estava fazendo no momento do crime", ocorrido em 13 de agosto de 2023.
Em outubro do ano passado, a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso pediu a soltura de Almir, após a defesa do réu apresentar um diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Porém, o laudo de sanidade mental é de 2016 e já havia sido usado pelo ex-militar como defesa em outros processos, já que ele é um criminoso contumaz.
O laudo corrobora com o depoimento de uma testemunha, que disse ter visto o ex-PM trabalhando normalmente um dia antes do crime, dando a entender que o assassino é uma pessoa perfeitamente capaz.
Em depoimento à Justiça no ano passado, a testemunha disse ter encontrado o acusado na Rodoviária de Cuiabá, trabalhando como taxista, e ainda declarou que “ele era uma pessoa normal e que nunca imaginou que ele seria capaz de praticar um feminicídio”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o crime foi cometido por motivo torpe (desprezo pela vida da vítima), com emprego de asfixia mecânica, mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima (superioridade de força física), para assegurar a impunidade de outro crime (estupro de pessoa em situação vulnerável) e contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, envolvendo menosprezo à condição de mulher (feminicídio).
FAMÍLIA ACREDITA NA JUSTIÇA
Em nota aberta emitida na manhã desta quarta-feira (13), a família de Cristiane Tirloni agradeceu as manifestações de apoio popular e solidariedade que tem recebido desde o dia do crime, enfatizando total confiança na justiça estadual.
“A família reitera a sua confiança incondicional na Justiça e espera que o processo termine de forma célere e com um resultado condizente com a gravidade do caso, para que sirva de exemplo a todos e para que fatos dessa natureza não voltem a se repetir na sociedade”, pontuou.
O CRIME
Segundo a Polícia Civil, Almir conheceu Cristiane horas antes do crime, na noite do dia 12 de agosto, um sábado, em um bar do bairro Cidade Alta, próximo à Arena Pantanal. De lá, o ex-PM saiu junto com Cristiane no veículo dela, por volta das 23h30 e seguiram para a casa dele, no bairro Santa Amália, onde o criminoso acabou espancando e matando a advogada asfixiada, já na madrugada do domingo (13), entre as 0h e 2h da manhã.
De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, Cristiane foi morta por Almir após se recusar a fazer sexo anal com ele. Revoltado com o ‘não’ que recebeu, ele a agrediu e, em seguida, utilizando um travesseiro, sufocou a vítima até a morte.
Após matar a jurista, Almir limpou as marcas de sangue de Cristiane, que ficaram espalhado por móveis e cômodos da casa, utilizando creolina e sabão em pó, numa tentativa frustrada de dificultar as investigações. Enquanto tentava apagar as provas do crime, Almir deixou o corpo de Cristiane no banco do carona do carro dela, na garagem de sua residência.
Por volta das 8h30 da manhã de domingo, o assassino colocou óculos escuros no rosto de sua vítima r e levou o cadáver até o Parque das Águas, onde abandonou o corpo junto com o veículo.
Após deixar o carro e o corpo da vítima, ele pediu um carro de aplicativo e voltou para casa, onde passou o dia com sua namorada.
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