Cuiabá, 06 de Maio de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Sexta-feira, 08 de Março de 2024, 17:28 - A | A

08 de Março de 2024, 17h:28 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / LUCY MACEDO

Mulher-Maravilha? O mundo ainda precisa se adaptar a nós

Única News



Neste 8 de Março, Dia das Mulheres, estamos acostumadas a ouvir expressões travestidas de elogios, como “guerreiras” ou “Mulher-Maravilha”. A verdade é que nós mulheres fomos obrigadas a nos adaptar a um mundo com oportunidades desiguais, a trabalhar desde cedo, a sermos nossas próprias psicólogas e apoio e nos tornarmos “guerreiras” por falta de opção.

Eu, Lucy Macedo, trabalho desde muito cedo, pois sempre quis ser livre nas minhas escolhas e a única forma que enxergava pra isso, era ter independência financeira. Nunca tive facilidades, porém sempre fui muito determinada a conseguir realizar sonhos que às vezes achava impossíveis de conquistar, mas nunca fui de desistir de um desafio!

Hoje mãe solo de um menino de 9 anos - que é minha vida e motivo para nunca parar -, ainda tenho que conciliar a administração da minha empresa, da minha casa e cuidar da saúde, bem estar físico e emocional, pois não posso me dar ao luxo de parar nenhum dia.

E diante de tantos desafios, ainda não consigo vislumbrar um mundo que se adapte a mulheres como eu. Porque precisamos lutar tanto uma guerra sem fim e sem nenhuma perspectiva de melhora?

O número de feminicídios no Brasil bateu recorde em 2023. Mato Grosso lidera essa lista, com a morte de 2,5 mulheres a cada 100 mil de nós. Dona de um grupo de comunicação, vejo dezenas de vezes por dia notícias que aterrorizam. Assassinatos e abusos terríveis. E não apenas de mulheres na idade adulta. Não. Nossas meninas são constantemente vítimas desse mundo injusto e leis fracas.

Em outras palavras, nós mulheres não temos o direito mais básico de todos: O DIREITO À VIDA.

Gostaria de ter um discurso diferente neste dia. Dizer que vislumbro melhoras num futuro próximo. Que leis e políticas públicas estão sendo, finalmente, colocadas em prática para nos garantir segurança ao andar sozinhas pelas ruas e, principalmente, dentro de nossas casas. Pois na maior parte dos casos, o inimigo é íntimo. Dorme na porta ao lado.

Neste Dia das Mulheres, peço um olhar justo. Nem mais, nem menos que isso. Não quero um mundo onde as mulheres sejam tratadas como deusas e soberanas. Apenas UM MUNDO IGUAL.

Desejo a vocês, mulheres como eu, que não desistam. Que continuam sendo “Mulheres-Maravilhas”, mas que mantenham a esperança de que um dia o mundo se adapte a nós.

*Lucy Macedo é empresária, advogada, mãe e dona de casa.

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