Por G1
Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, Cesare Battisti anunciou nesta terça-feira (8) o início de uma greve de fome para protestar contra seu regime de encarceramento. Ele redigiu uma carta para tornar público o seu protesto.
Battisti, de 65 anos, é mantido em isolamento desde meados de janeiro de 2019 no presídio de segurança máxima de Oristano, na Sardenha, o que o impede de ter qualquer contato ou fazer qualquer atividade.
Na carta, o condenado, que foi refugiado no Brasil até 2018, reclama que a administração penitenciária não responde a seus pedidos escritos e orais para "restabelecer a legalidade" de sua situação.
Battisti reivindica a transferência para uma prisão onde possa ver seus familiares mais facilmente, assim como a revisão de seu rígido regime de detenção --"a segurança máxima prevista para os terroristas". Ele alega que "as condições de risco que a justificariam não existem mais".
Confissão perante o juiz
A Justiça da Itália considerou Battisti culpado, em 1993, por quatro assassinatos no país entre 1977 e 1979. Na época, Battisti integrava a organização Proletários Armados Pelo Comunismo (PAC). Ele negava envolvimento nos homicídios e se dizia vítima de perseguição política.
Depois de fugir da Itália, Battisti viveu no México e na França antes de, em 2004, chegar ao Brasil.
Durante seu período na França, entre 1990 a 2004, ele se beneficiou da proteção do presidente socialista da época, François Mitterrand, que se comprometeu a não extraditar nenhum militante de extrema esquerda que aceitasse renunciar à luta armada.
Em 2004, porém, o governo do presidente Jacques Chirac decidiu pôr fim à "jurisprudência Mitterrand" e extraditar Battisti. Ele então fugiu para o Brasil com uma identidade falsa e, conforme seu relato, com a ajuda do serviço secreto francês.
Aqui viveu por 14 anos como refugiado. Passou a ser considerado foragido em dezembro de 2018, quando o então presidente Michel Temer assinou um decreto de extradição. Battisti, então, teve o nome incluído na lista da Interpol. A medida garantia que ele poderia ser preso em outros países, caso fosse encontrado.
Ele foi capturado em janeiro de 2019 na Bolívia, após cerca de 40 anos foragido da Itália. Na sequência, foi extraditado para seu país.
Poucas semanas após ser capturado, reconheceu perante um juiz, pela primeira vez, sua responsabilidade pelos assassinatos.
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