Euziany Teodoro
Única News
O contrato com o Hospital São Benedito, objeto de fraude confessada pelos envolvidos na Operação Sangria, Huark Correa, Fábio Weissheimer e Luciano Ribeiro, trata-se de um processo licitatório no valor de R$ 5 milhões, em que todas as empresas concorrentes pertenciam a pessoas envolvidas no esquema de desvio de verbas públicas investigado pela Operação Sangria.
Huark, Fábio e Luciano, presos em março, conseguiram liberdade na última sexta-feira (03), por decisão da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes. Segundo ela, os réus estão colaborando com as investigações e, por não ocuparem mais cargos ligados à administração pública, nem terem contratos com o poder público, conseguiram a liberdade.
O contrato previa a contratação de pessoa jurídica para prestação de serviços por meio de profissionais especializados na área de unidade de terapia intensiva. "Para realização de serviços de Medicina Intensiva com plantões em unidade de terapia intensiva de 12 horas; visita médica diária de 4 horas presencial; coordenação em Medicina Intensiva de 12 horas de sobreaviso (...) para atender os 30 leitos de terapia intensiva no Hospital Municipal São Benedito de Cuiabá”.
No documento em que decidiu pela soltura dos réus, Ana Cristina Mendes esclareceu que o trio irá detalhar como se deu a fraude neste processo licitatório, assim como em outros, que ainda não vieram à tona.
“Na oportunidade, com o fito de demonstrarem a conduta colaborativa, os embargantes confessam que durante a composição de preço no Termo de Referência da Licitação 019/HSB/ECSP/SMS/15, do Hospital São Benedito, as empresas participantes eram todas de propriedades dos embargantes e que no curso da execução do respectivo contrato administrativo, houve o pagamento mensal de vantagem indevida a agente público, de modo que pretendem detalhar a forma de pagamento em favor de agentes públicos, não somente do contrato com o Hospital São Benedito, mas também em outras unidades hospitalares”.
Operação Sangria
A primeira fase da operação Sangria foi deflagrada no dia 4 de dezembro de 2018, cumprindo 11 mandados de busca e apreensão. Nela, são apuradas fraudes em licitações para beneficiar empresas da área de prestação de serviços médicos em contratos com a Secretaria Municipal de Saúde e com o Estado de Mato Grosso.
Já na segunda fase, deflagrada no dia 18 de dezembro de 2018, foram presos o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correa, Luciano Correa Ribeiro, Fábio Liberali Weissheimer, Celita Natalina Liberalli, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo e Flávio Alexandre Taques da Silva.
Os crimes previstos pela operação Sangria são: fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros.
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