Euziany Teodoro
Única News
O vazamento do pedido de prisão contra os supostos mandantes da morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá em 5 de dezembro de 2023, será investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos – DRCI.
Em entrevista ao Única News, o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, afirmou que o vazamento do pedido de prisão prejudicou – e muito – a investigação do caso.
“Por causa desse vazamento, até agora não conseguimos apreender celulares, computadores, não ouvimos os envolvidos. Um deles se entregou espontaneamente antes mesmo de pedirmos a prisão e a outra é considerada foragida”, explicou.
O fazendeiro e médico veterinário Aníbal Laurindo, que teria um conflito por terras com Zampieri, se entregou na DHPP na última segunda-feira (11). No entanto, foi solto em menos de cinco horas, apenas com o uso de tornozeleira.
Já a esposa dele, Elenice Balarotti Laurindo, é considerada foragida, mas se adiantou e entrou com recurso junto à Justiça e conseguiu derrubar o pedido de prisão. Ela terá apenas que usar tornozeleira eletrônica. No entanto, até agora não se entregou.
“Nossa expectativa é que eles sejam ouvidos na semana que vem, quando ela finalmente se entregar à DHPP”, afirmou Nilson Farias.
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TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS
Conforme as investigações da DHPP, Elenice teria feito transferências bancárias ao coronel Etevaldo Caçadini Vargas dias antes do crime.
Segundo o delegado, as transferências realizadas pela suspeita para a conta do coronel e o fato dela estar desaparecida acabaram colocando-a no centro das investigações como a possível mandante do crime.
“Ela [Elenice] fez transferências bancárias ao coronel [Caçadini]. Então, quando ela faz essas transferências, acaba entrando também na investigação. Agora, a função da Polícia é descobrir até que profundidade cada um participou desse crime”, afirmou.
“Ainda não temos o valor total, porque não teve uma quebra de dados bancários. Porém, tivemos acesso a algumas transferências compatíveis com a data que os executores [Antônio e Hedilerson] vieram para cá”, completou o delegado.
LIGAÇÃO COM CORONEL
As investigações apontam que Elenice conheceu o coronel do Exército através de seu esposo que, junto com Caçadini, fazia parte de um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), intitulado "Frente Ampla Patriota".
“O coronel [Caçadini] representa a Frente Ampla Patriota. Pelo que a investigação demonstra, [o movimento] acabou criando uma proximidade entre o coronel e o Aníbal. Eles iam [juntos] pra frente de quartéis, pedindo uma ação mais enérgica do Exército em prol do conservadorismo”, contou o delegado à imprensa nesta semana.
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