21 de Abril de 2025
facebook twitter instagram youtube

POLÍCIA Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2024, 17:25 - A | A

20 de Dezembro de 2024, 17h:25 - A | A

POLÍCIA / STF NEGOU

PF pede prisão de desembargador de MT acusado de participação em esquema de venda de sentença

Em novembro deste, o mesmo ministro que negou a prisão determinou que o desembargador fosse monitorado por tornozeleira eletrônica

Christinny dos Santos
Única News



A Polícia Federal pediu a prisão do desembargador João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), investigado pela participação em um esquema de venda de sentenças. Mas, o pedido foi negado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

João Ferreira Filho e o também desembargador, Sebastião de Moraes Filho, do TJMT, estão afastados do cargo desde o dia 1º de agosto por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ambos foram os principais alvos da Operação Sisamnes em novembro deste ano, quando o próprio Zanin determinou que os desembargadores fossem monitorados por tornozeleira eletrônica.

As investigações conduzidas pela PF apontaram que os magistrados mantinham "amizade íntima" com Roberto Zampieri, advogado executado em dezembro de 2023, e tomavam decisões judiciais de acordo com interesses próprios.

Com o deflagramento da segunda fase da operação, a PF pediu a prisão de João Ferreira Filho. Mas, o ministro rejeitou o pedido de prisão preventiva do magistrado por entender que as medidas cautelares impostas são suficientes para assegurar a aplicação da lei penal e evitar novas práticas delitivas.

A operação

Durante as investigações, que tiveram início após a descoberta da relação íntima entre Zampieri e os dois desembargadores, descobriu-se a rede de corrupção que envolve também ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assessores de gabinete, lobistas e desembargadores de outros estados.

Conforme a apuração da Polícia Federal, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais antes que elas fossem deflagradas.

A Operação Sisamnes cumpriu um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.

O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.

  ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI  

RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3