21 de Abril de 2025
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POLÍCIA Terça-feira, 09 de Julho de 2024, 10:18 - A | A

09 de Julho de 2024, 10h:18 - A | A

POLÍCIA / INQUÉRITO CONCLUÍDO

Fazendeiro é indiciado por homicídio duplamente qualificado de Roberto Zampieri

Euziany Teodoro
Christinny dos Santos
Única News



A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá conseguiu comprovar o elo entre o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo e o coronel do Exército Etevaldo Caçadini Vargas, que juntos planejaram a execução do advogado Roberto Zampieri, no dia 5 de dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde.

O inquérito foi concluído e o delegado Nilson Farias apresentou os elementos à imprensa nesta terça-feira (9), em coletiva.

"No final da investigação foi identificado, eu falo com 101% de certeza, por esse motivo o indiciamento. O que que é o indiciamento? É o ato pelo qual a autoridade policial atribui a alguém a prática de um delito. Obviamente que daqui pra frente começa a fase processual e ele vai ter o direito ao contraditório e ampla defesa. Mas, na fase de inquérito, que é inquisitivo, a conclusão minha como autoridade policial é com 101% de certeza de que foi Aníbal quem mandou matar o advogado Roberto Zampieri", afirmou o delegado.

Aníbal foi indiciado como mandante do crime. Além dele, o coronel Caçadini, financiador do crime, Hedilerson Barbosa Fialho, o intermediário, e Antônio Gomes, o executor da morte, já haviam sido indiciados em fevereiro e se tornaram réus perante o judiciário.

Aníbal e Caçadini se aproximaram durante atos pró-Bolsonaro, em um grupo denominado "Frente Ampla Patriota". Quando Aníbal teve medo de perder uma terra em Paranatinga, em ação movida por Zampieri, acionou Caçadini para cometer o crime.

"Existia uma disputa de uma terra em Paranatinga e nesse processo cível as datas são sempre muito coincidentes, mas o que que é mais importante aí? No próprio celular do coronel Caçadini nós encontramos imagens dessa ação cível, dessa disputa em específico. Então, a despeito de o coronel falar lá na época que não conhecia ninguém na cidade de Cuiabá, existia foto no celular dele dessa ação. Certa feita, o advogado Roberto Zampieri entra numa ação cível com um pedido de produção de provas. Nesse mesmo dia é retirada uma foto com o endereço do escritório dele, ou seja, quando ele entra com esse pedido de produção de provas no processo cível, que disputa uma fazenda, nesse mesmo dia é o dia exato aonde começa ali tirar foto do escritório. Então são ‘N’ situações, fora ligações e tudo. Então, realmente foi concatenado."

Não houve elementos que comprovassem a participação da esposa de Aníbal, Elenice Ballaroti Laurindo, motivo pelo qual a Polícia Civil não indiciou a investigada. De acordo com Nilson Farias, quem "mandava"na casa e na relação era Aníbal. 

"Já em relação a Elenice, esposa de Aníbal, foi verificado que ele que detém todo o direcionamento, ele que manda. (...) E em relação ao celular [de Elenice], nós achamos um boletim de ocorrência de 2021 em que ele atribui os dois números a ele, ele que usa o celular. Então demonstra aí que ele que tem o domínio de decisões na casa. Durante até o processo de busca e apreensão também ficou bem claro isso. Em relação a ela, ficou a transferência bancária no nome dela, mas por ser marido dela, obviamente ele tem esse controle. Ela não foi [indiciada] porque não teve elementos a mais."

Os quatro homens foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, crime praticado à traição, com emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima; e mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.

O CRIME

Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023 em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital. O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape, uma Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Além do fazendeiro, estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.

As prisões, parte delas efetuadas na região metropolitana de Belo Horizonte de Belo Horizonte (MG), foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

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