Cuiabá, 06 de Maio de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 11 de Agosto de 2020, 16:46 - A | A

11 de Agosto de 2020, 16h:46 - A | A

POLÍCIA / MORTE NO ALPHAVILLE

Arma utilizada para matar Isabele sofreu várias modificações, segundo perícia

Euziany Teodoro
Única News



O laudo pericial sobre a arma usada para matar Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, no Alphaville I, entregue à Polícia Civil, deixou claro que a pistola PT .380 não poderia ter disparado acidentalmente. Além disso, a perícia mostrou que o equipamento havia sofrido várias modificações (foto), ficando ainda mais difícil o disparo nestas condições, mesmo que estivesse em modo semiautomático.

Isabele foi morta na noite de 12 de julho, um domingo, pela amiga B.O.C., da mesma idade, no banheiro da casa dela. B. afirmou, em seu depoimento, que havia deixado o case com a arma cair no chão e, ao pegá-lo, teria disparado sem querer no rosto da menina, que morreu dentro de um banheiro.

“Notou-se que a arma AFQ1 possui as seguintes modificações (customizações): substituição das placas de empunhadura, da alça de mira e da tecla do retém do carregador; instalação funil no receptáculo do carregador; fixação de pedaço de lixa abrasiva na parte anterior superior do ferrolho; modificação para alargar a tecla do registro de segurança esquerda; perfurações na lateral do gatilho; desabilitação do dispositivo de segurança da tecla de empunhadura por subtração da “alavanca intermediária da trava do percussor”; retirada da trava do percussor, da mola da trava do percussor e da alavanca da trava de percussor; mola de recuperação apresenta comprimento reduzido em cerca de 1 centímetro, por corte correspondente a remoção de um volta e meia da espiral”, diz trecho do laudo.

De acordo com o perito que assina o documento, ao qual o site Única News teve acesso, os mecanismos de segurança da arma estavam funcionando perfeitamente e impediriam um tiro acidental, mesmo com as várias modificações. No entanto, não impediriam um “tiro involuntário”, quando a pessoa aperta o gatilho sem querer.

"Tiro involuntário pressupõe ação do atirador no mecanismo de disparo, mesmo que essa ação seja involuntária, não intencional”, escreveu o perito

“A arma AFQ1 foi testada e se mostrou eficiente para realizar disparos e para produzir tiro, inclusive em funcionamento semiautomático. (...) Para Balística Forense há distinção entre os conceitos de “tiro acidental” e de “tiro involuntário”, sendo o primeiro provocado sem acionamento regular do mecanismo de disparo, ao passo que tiro involuntário pressupõe ação do atirador no mecanismo de disparo, mesmo que essa ação seja involuntária, não intencional”, escreveu o perito.

Para estabelecer se foi um "tiro involuntário", a perícia pediu acesso ao depoimento da adolescente B.O.C., responsável pelo crime. "Desta forma, foi solicitado à autoridade requisitante a cópia do termo de depoimento em que consta as circunstâncias em que se ocorreu o tiro, para possibilitar a realização de exame de verificação de ocorrência de tiro acidental por arma de fogo".

A perícia conclui: “Nas circunstâncias alegadas constantes do Termo de Declarações de B.O.C., a arma de fogo questionada AFQ1, da forma como foi recebida nesta Gerência, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho.”

O Governo do Estado confirmou que a Diretoria Metropolitana de Criminalística da Politec entregou, na manhã desta terça-feira (11.08), os laudos periciais de local de crime e de balística, referentes ao caso da morte da adolescente Isabele.

"Os laudos foram entregues ao delegado Wagner Bassi, titular da Delegacia Especializada do Adolescente, que os anexou ao inquérito policial que investiga as circunstâncias da morte de Isabele. O laudo pericial de necropsia da vítima foi concluído no dia 22 de julho", informou.

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