02 de Abril de 2025
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JUDICIÁRIO Segunda-feira, 31 de Março de 2025, 13:25 - A | A

31 de Março de 2025, 13h:25 - A | A

JUDICIÁRIO / CASO EMILLY SENA

MP rejeita exame de sanidade mental em assassina de gestante: “Ela sabia bem o que estava fazendo”

Promotor negou pedido da defesa de Nataly Helen Martins e disse que atitude da criminosa na saída da delegacia foi fator crucial para rejeição.

Ari Miranda
Única News



Em conversa com jornalistas, o promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) afirmou que espera que a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira (25) seja levada à júri popular, pelo assassinato da gestante Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, no último dia 12 de março, em Cuiabá, avaliando ainda como desnecessário que a criminosa passe por um exame de sanidade mental.

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“Acredito que ela irá a júri. Não tem como, em um caso desse, não ir a júri”, disse o promotor, que formulou a denúncia contra Nataly e que foi aceita pela Justiça Estadual na última quinta-feira (28). Nela, a criminosa foi enquadrada pelos crimes de feminicídio, meio cruel, ocultação de cadáver e outros cinco agravantes.

Agora, a indiciada terá 10 dias para apresentar sua defesa. Passado este prazo, inicia-se a fase de instrução e oitivas das testemunhas para levantar as provas dos crimes.

“São muitas testemunhas, quinze no total. Depois vamos ouvir a Nataly e ao final, espero que que ela seja mandada a júri numa sentença de pronúncia”, destacou o promotor.

Após sua prisão, Nataly confessou ter asfixiado a vítima e em seguida, ainda com a jovem viva, cortou sua barriga em formato de “T” para roubar a bebê que Emilly carregava no ventre. Após a vítima morrer por exsanguinação (perda total de sangue), a bombeira civil levou o corpo da jovem até o quintal e enterrou em uma cova rasa, que ela havia deixado preparada antes do crime.

Durante a investigação, a defesa da ré solicitou um exame de sanidade mental, mas, para o promotor, a análise é desnecessária, pois segundo ele, a criminosa “sabia bem o que estava fazendo”, apontando como fator determinante para esta conclusão a atitude de Nataly na saída da delegacia.

“No caso dela, considero dispensável esse exame, porque ela demonstra claramente consciência do que fez. Vi imagens dela saindo da DHPP, e, ao perceber as câmeras, ela se escondeu para não ser filmada. Ou seja, alguém que tem plena consciência do crime cometido”, enfatizou Rinaldo Ribeiro.

Conforme estimativas do promotor, se condenada em júri popular por todos os crimes, a expectativa é de que Nataly Helen pegue mais de 90 anos de cadeia a bombeira cível pegue pena por mais de 90 anos de prisão.

Atualmente, a criminosa aguarda a conclusão do processo em uma cela solitária, na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto "May", em Cuiabá.

INÉDITO NO PAÍS

Segundo o promotor, se reconhecido de que a assassina praticou um ato de feminicídio contra Emilly, e não um homicídio, será um “avanço” para o direito das mulheres no país.

“Nesse contexto de ‘epidemia’ que a gente vive de feminicídio, precisamos aumentar essa proteção. O reconhecimento do feminicídio nesse caso, independente de se o autor é homem ou mulher, significa um avanço”, pontuou.

Reprodução | Redes Sociais

EMILLY AZEVEDO SENA

A jovem Emilly Azevedo Sena (in memoriam).

O CASO

Após o desaparecimento de Emilly na quarta-feira (12/03), Nataly, o marido dela, Christian, foram presos no Hospital e Maternidade Santa Helena, tentando registrar a bebê recém-nascida roubada da barriga da jovem assassinada, alegando que o parto da criança aconteceu em casa, no bairro Jardim Florianópolis.

No entanto, a equipe médica do local foi bastante perspicaz e percebeu que Nataly não tinha sinais de ter tido um parto recente. A suspeita foi confirmada através de exames que apontaram que não havia sinais de parto ou mesmo de amamentação no corpo da mulher.

A recém-nascida ficou internada no hospital e o casal foi preso em flagrante.

Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Civil fez buscas na casa de outro casal e o corpo de Emilly foi encontrado na cova rasa. Eles também foram presos.

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