Euziany Teodoro
Única News
A ocupação de leitos públicos de UTI para casos graves da Covid-19, em Mato Grosso, triplicou em uma semana, confirmando as perspectivas de um cenário alarmante da pandemia para o mês de maio.
“Eu sempre disse que temos uma perspectiva bastante nebulosa face a todos os indicadores do país e do mundo”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, nessa sexta-feira (8).
No dia 30 de abril, de acordo com boletim divulgado pela SES, 10 pacientes ocupavam leitos de UTI em Mato Grosso, sendo apenas 5 em leitos da rede pública. Já nesta sexta, 8 de maio, 27 pacientes estavam em UTIs, sendo 14 em leitos públicos.
O número de mortes também subiu rapidamente. No primeiro mês após o coronavírus chegar a Mato Grosso (de 20 de março a 20 de abril), 5 óbitos haviam sido registrados. Do dia 20 de abril até este 8 de maio, 10 pessoas morreram, chegando à marca de 15 óbitos pela doença em menos de 20 dias.
Em contrapartida, o comércio reabre as portas gradativamente, transporte coletivo aumenta a frota e as pessoas voltam às ruas, na tentativa de evitar uma crise econômica ainda maior que a crise na saúde.
Com isso, os números de casos devem aumentar exponencialmente.
“Estamos fazendo um trabalho, não olhando para o número de casos, mas aqueles que podem vir pela frente. Torcemos para que seja um crescimento brando, a ponto de que nossa capacidade máxima de atendimento supra a necessidade”, disse Figueiredo.
O Estado prevê a inauguração de nova ala do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, que vai abrir 180 leitos de enfermaria e mais 30 leitos de UTI, exclusivamente para o tratamento da Covid-19.
A taxa de ocupação atual dos leitos da rede pública no Estado é de 13,5% para UTIs e de 2,5% para leitos de enfermaria.
Nessa sexta-feira, a Secretaria de Saúde registrou 464 casos confirmados da doença e 15 óbitos. Nas últimas 24 horas, surgiram 45 novas confirmações.
“Vamos, a cada dia, fazer essa análise. Estamos pensando uma série de alternativas que possam ampliar o número de leitos, se for necessário, mas começa a preocupar o índice crescente das pessoas hospitalizadas, em especial aqueles que chegam em caso grave e precisam de uma UTI”, concluiu o secretário.
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