Cuiabá, 26 de Abril de 2024

VARIEDADES Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2019, 16:10 - A | A

15 de Fevereiro de 2019, 16h:10 - A | A

VARIEDADES / ME LIBERTEI

Ex-BBB Cacau fala sobre aceitação com corpo

Marie Claire



Maria Claudia Macêdo, mais conhecida como Cacau, saiu da casa da 16ª edição do Big Brother Brasil e viu, que o seu sonho em participar do reality show, não foi tão perfeito assim devido às críticas que sofreu por estar acima do peso.

Os próximos anos também não foram fáceis. Em busca de aceitação, se submeteu as duas lipoaspirações e se cansou de brigar constantemente com a balança. Depois de muita terapia e, agora, de bem com o seu corpo [ela está com 90 kg e 1,65m], a digital influencer [que conta com 2,1 milhões de seguidores no Instagram] bateu um papo com a Marie Claire e sobre as dificuldades de se aceitar como é.

 

Confira a entrevista:

Marie Claire: Como está sendo o processo de autoaceitação com seu corpo?

Cacau: Desde que me libertei, comecei a mostrar nas minhas redes sociais como eu sou de verdade e tudo se abriu. Cada dia uma nova descoberta que me faz muito mais feliz. Sem retoques e sem intenção de mostrar ser alguém que não sou, afinal, sou linda e única do meu jeito, e o meu desejo é que todos descubram como isso é maravilhoso e transformador. A autenticidade de cada um é o que torna tudo diferente e especial. Autoamor é segurança para vida.

Você brigou com a balança por muitos anos e, inclusive, teve problemas alimentares. Quando foi isso?

Desde criança sofro com compulsão alimentar, que graças ao meu processo de autoconhecimento e amor próprio, está diminuindo aos poucos. Na infância, eu planejava ansiosamente momentos de comilança das coisas proibidas, como biscoitos, bolos, salgadinhos, chocolate e sorvete. Depois entrava em um processo de culpa e angústia por ter feito aquilo e saber que continuaria a receber criticas ofencivas ligadas ao meu corpo. Aos dez anos, descobri que poderia fazer isso e compensar com a bulimia, mas ainda me sentia mal por me ver tão impotente diante de uma ação aparentemente tão simples: o autocontrole e domínio das minhas vontades e ações.

Como se sentiu ao ver as críticas sobre o seu corpo ao sair do Big Brother Brasil?

Não sabia o que fazer, eu já era youtuber e estava vivendo o meu sonho, mas não sabia como lidar. Achava que precisava da aprovação das pessoas e, no entanto, receber críticas relacionadas ao meu corpo, me levaram a pensar que esse era o problema e a solução para manter o sonho seria me adaptar. Eu evitava ler os comentários nas redes sociais porque me afetavam muito.

Como é ser uma voz para as mulheres se sentirem mais empoderada?

Eu venho aprendendo sobre isso, me desprendendo de padrões que me aprisionaram por anos e amo compartilhar o processo com minhas seguidoras. Ver que o impacto na vida das pessoas é real, através de desabafos e depoimentos incríveis que recebo, é muito emocionante e gratificante.

Você se considera feminista? Por quê?

Sim, porque mulheres morrem todos os dias vítimas de feminicídio, além do assédio e estupro. Precisamos lutar pela equidade de direitos entre os gêneros e isso não é bobagem. Se temos direitos hoje foi pela luta de outras mulheres que se deram conta da prisão feminina que o mundo sempre foi. Ainda falta muito para estarmos falando de igual pra igual, ainda precisamos provar duramente pra mostrar que somos tão quanto capazes.

O que falta para o Brasil ser considerado feminista?

Educação e cultura que ensine o que é essencial na vida de qualquer ser humano, as histórias dos povos, as lutas e derramamentos de sangue que são encobertos, empatia e respeito.

Qual conselho você dá para as meninas que não conseguem amar seus corpos?

Em primeiro lugar, faça terapia. Cada pessoa tem uma história e um contexto para se sentir assim. Para se amar é preciso descobrir os motivos, ir até as feridas e levar a cura. Se conhecer abre muitos caminhos e possibilidades na nossa vida: se entender, se perdoar, entender quem somos e porque somos é um processo de amor próprio, aliás como você ama algo que não conhece? Assumir as rédeas da própria vida e entender que a única pessoa responsável por ela e pela felicidade é você mesmo faz a gente amadurecer e se responsabilizar mais por nossas escolhas. Assim como entender nossas falhas e usá-las como aprendizados e não como novos problemas. Você pode não saber por onde começar, mas precisa saber que para as coisas andarem, você precisa ser o maior amor da sua vida.

Sobre os corpos, entenda que cada pessoa tem um corpo completamente diferente, que carrega uma história também totalmente diferente, então nunca se compare. Entenda também que o motivo pelo qual você nunca está feliz com seu próprio corpo e sempre quer mudar algo é porque a maioria das pessoas que você cresceu vendo na televisão, revistas, outdoor e, hoje, na internet, são magras, brancas e estão superproduzidas. A sua insatisfação é o lucro da indústria da beleza. O mundo é diversidade, queira ser maravilhosa do seu jeito e com o seu corpo que é o livro que conta as suas próprias histórias.

Quantas cirurgias plásticas você realizou? Se arrependeu dos procedimentos?

Duas lipos. Eu não costumo me arrepender, pois acho que tudo que acontece nos ensina, e as minhas cirurgias me mostraram que o que estava errado não era o meu corpo. O que precisava mudar era a forma como eu me via. Precisava sentir mais carinho, amor e respeito por mim mesma. Cuidar de mim por autoamor e não por aversão ao meu corpo, e medo de críticas e julgamentos.

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