Da Redação
Foto: (Facebook)
Após a juíza aposentada e candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL) aparecer em um vídeo que circula pelas redes sociais, particularmente pelo WhatsApp, nesta quinta-feira (27), declarando que o funcionalismo público é ‘numeroso e ineficiente’, o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso manifestou, por meio de nota, seu total repúdio e exige que a social liberal se retrate em público.
O vídeo foi gravado em uma reunião onde Selma contou que nos seus 22 anos como servidora pública, constatou diversos comportamentos que demonstram a falta de eficiência do servidor. Não minimizando as críticas, a candidata ainda disse que o funcionalismo público é “ineficiente”, alegando que por ter trabalhado no Fórum, sabe muito bem como tudo funciona.
Ainda em seu discurso, Selma relata que, enquanto juíza da 7ª Vara Criminal, observou que os funcionários exercem atividades ‘banais’ no horário de serviço.
“A pessoa chega para o expediente que é para começar meio dia, mas ela chega entre meio dia e meia, uma hora mais ou menos. Aí liga o computador, vai lixar unha enquanto o computador está ligando. Na hora em que liga, ela vai na internet ver todos os sites, o seu horóscopo, baixar os e-mails e por volta das duas e meia da tarde que começa a trabalhar”, dispara a candidata.
Completa ainda que em seguida, as 15h, já é a hora do lanche e o funcionário interrompe o seu trabalho voltando por volta das 15h30, após ter encontrado uma colega no corredor e ficou conversando.
Selma continua relatando que, além do servidor enrolar todo o expediente, ainda deixa o serviço antes do horário. Segundo ela, estes fatos ocorreram durante toda a sua carreira como servidora. “Aí quatro você trabalha até, vamos supor né, as cinco, seis. E já fica dando a partida para sair. Então isso eu vi a minha vida inteira sabe”.
Após as declarações de Selma, o Sinjusmat destacou que, no vídeo, a candidata deixa bem claro que em toda a sua carreira sabia desses fatos, mas nunca atuou visando proibir tais práticas, o que era dever de sua função. ‘Assim, prevaricou durante os 22 anos de carreira no Judiciário, caso tais afirmações fossem realmente verdadeiras’.
O Sindicato ainda ressalta que a declaração de Selma é um ato bárbaro, mentiroso e covarde praticado contra os servidores públicos.
“Falar que os servidores em geral, incluindo os do Poder Judiciário - onde a candidata atuava - são numerosos, ineficientes, preguiçosos e desidiosos é mentir e desconhecer a árdua luta desenvolvida pelos servidores. Luta esta, que se desenvolve em condições precárias, excesso de trabalho, reduzido número de servidores, falta de condições de trabalho, desmotivação remuneratória, etc.”, diz trecho da nota.
O sindicato ainda ressalta há necessidade de enfatizar que máquina pública, pois ela funciona graças à atuação de seu corpo funcional, ‘sem o qual o administrador nada faz’. Ainda questiona se seria possível que Selma, enquanto juíza, emitia sentença sozinha sem precisar de assessor para ajudar na elaboração, de servidores analistas, técnicos e auxiliares Judiciários para dar impulso processual, além de oficiais de Justiça para dar concreção às sentenças emitidas por ela.
O Sinjusmat ainda desafiou a candidata a provar o que alegou em seu pronunciamento e declarou que não irá se intimidar com ‘esta fala mentirosa’. Caso ela não prove, o sindicato pretende acionar o seu departamento jurídico para ver quais medidas legais podem ser efetivas contra a atitude de Selma.
“Por fim, esclarecemos à população e esta sabe disto, que a máquina administrativa -Poder Legislativo, Judiciário e Executivo - funciona mediante atuação de cidadãos de bem, que com seu trabalho diário árduo visam impulsionar a máquina administrativa, dar uma vida decente à suas famílias, contribuir de forma concreta e sustentável para o progresso de nossa sociedade”, finalizou.
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