Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Terça-feira, 05 de Setembro de 2017, 16:50 - A | A

05 de Setembro de 2017, 16h:50 - A | A

POLÍTICA / "APÓS CONFISSÃO DE SILVAL"

Promotor afirma que investigação dos grampos não deve cair no esquecimento

Wellyngton Souza / Única News



(Foto: Reprodução)

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O ex-secretário estadual de Segurança Pública e promotor de Justiça, Mauro Zaque, afirmou que a investigação das escutas clandestinas supostamente operados pela Polícia Militar, não deve cair no esquecimento com os desdobramentos da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa.

 

"O esquema dos grampos começou quando eu recebi um documento de forma anônima. Dei uma olhada e vi que realmente se tratava de algo muito grave. Acho que pode ter saído um pouco da mídia [a investigação dos grampos clandestinos] agora com a delação [de Silval Barbosa], mas é algo que eu não acredito que vá cair no esquecimento das pessoas, que vá perder a sua importância", disse ao site Única News.

 

Os grampos são investigados pelo Ministério Público Estadual (MPE) e foram denunciados pelo ex-secretário em outubro de 2015, época em que chefiava a pasta. A denúncia também foi encaminhada à Procuradora Geral da República (PGR) e apura se alguém do staff do gestor estadual teria envolvimento no grampo.  

 

O esquema da rede de grampos ilegais monitorou desde deputados, juízes, jornalistas, advogados e empresários. Todos foram inseridos de forma irregular em um esquema que apura tráfico de drogas. Conforme a denúncia, mais de 100 números de pessoas que não teria ligação com tráfico foram inseridos. 

 

Mauro Zaque, que também é coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, ressaltou que muita coisa envolvendo a polêmica dos grampos está por vir e que nada ficará impune.

 

"Eu não quero fazer uma análise da postura do governo, deixo para a sociedade que faz com muita precisão de como o governo está se colocando e as instituições do Poder Judiciário. Às vezes, podemos até achar que vai ficar por isso mesmo, mas a história é implacável. A hora que isso tudo passar e a poeira assentar, vai ficar muito evidente quem fez o que e com qual motivação teria grampeado pessoas clandestinamente”, disse.

 

O secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho, durante entrevista a uma rádio na Capital, na manhã desta segunda-feira (04), afirmou que está tranquilo e que não se preocupa com o inquérito civil aberto contra ele, pela Polícia Judiciária Civil (PJC). A acusação é de que o secretário teria sumido com denúncia dos grampos, dificultando o curso das investigações no caso dos grampos ilegais.

 

"Isso é algo que não me preocupa. Por ordem do governador, já como secretário-chefe da Casa Civil, pedi a sindicância para a Controladoria-Geral do Estado. Foi realizada a sindicância, e depois me apresentaram o resultado. Com base no resultado, solicitei a abertura de um processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidade. Então estou muito tranquilo que a justiça entenda como se chegou alguma denúncia", afirmou.

 

Confissão de Silval

 

A delação do ex-governador também chegou a ser encaminhada a Procuradora Geral da República e homologada no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Luiz Fux. Antes de ter quebra de sigilo, trechos da confissão de Silval foi divulgada com exclusividade pelo Jornal Nacional.

 

Como prova, o peemedebista entregou vídeos e áudios de deputados e ex-deputados que recebem propina no gabinete de Sílvio Correa, que era chefe de gabinete de Silval que poderia chegar até R$ 600 mil em dinheiro em espécie. Alguns dos parlamentares guardaram parte dentro dos bolsos dos paletós, em pastas e até mesmo em caixa de papelão. 

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