Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018, 09:56 - A | A

19 de Outubro de 2018, 09h:56 - A | A

POLÍTICA / "DESELEGÂNCIA"

Medeiros chama jornalista de "veado", ao retrucar críticas a Bolsonaro

Marisa Batalha



(Foto: Divulgação)

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A polarização política nesta reta final de campanha - entre Jair Bolsonaro do PSL e Fernando Haddad do PT - está acirradíssima, por conta dos presidenciáveis representarem ideologicamente a extrema direita em confronto com a extrema esquerda. 

 

Com discussões realizadas pelas redes que chegam a ser exaustivas. Apimentadas - neste últimos dias de campanha - com a entrada em cena de alguns políticos que saíram vencedores das urnas como senador do Podemos de Mato Grosso, José Medeiros, que garantiu nas urnas uma vaga como deputado federal e agora faz parte da coordenação de Bolsonaro.

 

Junto com o parlamentar Magno Malta, derrotado nas urnas, mais outros colegas de Parlamento, eles têm rodado o país buscando assegurar a vitória do Capitão.

 

Mas travando em alguns momentos, neste processo eleitoral, embates deselegantes como foi protagonizado pelo senador Medeiros que acabou chamando de 'veado' o jornalista Reinaldo Azevedo da BandNews FM, também colunista da Folha de S.Paulo. Em resposta a uma fala do jornalista em seu programa diário nesta sexta-feira (19), contra Bolsonaro e ainda uma publicação de Azevedo em sua conta no Twitter, onde reitera as crítica ao candidato do PSL.

 

O jornalista repercutiu o "Whatsappão" - como está sendo conhecido o escândalos do WhastApp - depois que o maior jornal do Brasil, a Folha de S.Paulo, publicou em uma reportagem bombástica nesta última quinta-feira (18), de que empresas de marketing [supostamente ligadas a Bolsonaro] vêm supostamente comprando pacotes de números de telefone e usando para fazer propaganda anti-esquerdista em massa aos eleitores no WhatsApp.

 

A reportagem saiu no mesmo dia em que o novo CEO do WhatsApp, Chris Daniels, publicou artigo na Folha, dizendo: ‘Temos a responsabilidade de amplificar o bom e mitigar o mau’.

 

A resposta do senador de Mato Grosso ao jornalista foi publicada ainda nesta sexta, pelo Diário do Centro do Mundo, onde o parlamentar diz a Reinaldo 'para que fique tranquilo, pois esse negócio [rapaz] de que Bolsonaro vai matar veado é mentira'.

 

Por meio de sua coluna, Reinaldo Azevedo também retrucou o senador mato-grossense, ao afirmar que 'Medeiros faz uma típica representação do nível da política brasileira neste momento atual. Deputado federal eleito em 2018, o segundo mais votado em Mato Grosso. Não à toa'.

 

Além da BandNews FM e da Folha de S.Paulo, o jornalista já foi redator-chefe da Bravo!, editor-adjunto de política da Folha de S.Paulo, coordenador de política da sucursal de Brasília do mesmo jornal e redator-chefe do jornal Diário do Grande ABC, além de articulista da revista Veja.

 

Veja a fala de Reinaldo Azevedo em seu programa BandNews FM

 

Por meio de seu programa na BandNews, Azevedo revelou que o candidato Jair Bolsonaro deverá ser eleito no dia 28 de outubro. Mas caso se comprove algum vínculo entre a sua campanha e o "Whatsappão" - o escândalos do WhastApp -, ele só permanecerá Presidente em razão da conivência do TSE com o crime eleitoral”. Uma investigação vai ser aberta e não tem prazo para terminar.

 

Uma coisa é certa leis foram violadas e a violação pode levar à cassação da chapa. Mas temos Tribunal com Toga o bastante para isso. Vamos devagar!

 

Em primeiro lugar destaca-se que a reportagem de Patrícia Campos Mello, publicada pela Folha é a mais relevantes sobre as eleições de 2018, em qualquer meio. 

 

Para lembrar: "Empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT, no WhatsApp. E prepara uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A prática ilegal pois se trata de doação de campanha por empresas, vedadas por legislação eleitoral e não declarada. A Folha apurou que cada contrato chega R$ 12 milhões. Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens. Antes que eu entre no detalhamento legal vamos a uma questão central de saída que precisa ter resposta de pronto: faz algum sentido caçar a chapa de um candidato que será eleito pela maioria dos votantes. A pergunta tem a mesma natureza daquela que faziam os petistas por ocasião do impeachment de Dilma. Ou ela não tinha sido eleita pela maioria, mas quando caiu a maioria era a favor da sua deposição. Eu não apoiei o impeachment de Dilma porque ela era impopular, mas porque considerei que ela havia desrespeitado a lei. Pau que dá em Dilma dá em Bolsonaro, simples assim!". 

 

Mas vamos as leis que estabelecem no parágrafo 3º do artigo 22 da Lei 9.504: "o uso de recursos financeiros para pagamento de gastos eleitorais que não provém da conta oficial da campanha, implicará na desaprovação da prestação de contas do partido ou candidato, comprovado abuso de poder econômico. E será cancelado o registro da candidatura ou cassado diploma se já houver sido outorgados alguma dúvida a respeito o pagamento por empresa de pacote de disparos no WhatsApp caracteriza abuso de poder econômico, porque os recursos financeiros que pagam e ilegalidade não são declarados à justiça eleitoral".

 

Nem poderiam ser, já que a atuação de empresas privadas na campanha foi considerada inconstitucional pelo Supremo.

 

A campanha de Fernando Haddad já pediu abertura de investigação, o PDT vai fazer a mesma coisa. Eles se amparam no artigo 22 da Lei Complementar 64 que trata ainda da utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social em benefício de candidato ou de partido político.

 

É precisamente o que significa o "Whatsappão" Há mais ainda a resolução Nº 20, 3551 do TSE estabelece no parágrafo 2º, do artigo 6º:" que a propaganda eleitoral, que importe em abuso de poder econômico, abuso do poder político, uso indevido dos meios de comunicação social, independentemente do momento de sua realização ou verificação, poderão ser examinados, na forma e para os fins previstos no artigo 22 da Lei Complementar, Nº 64.

 

Se surgir a qualquer momento, ao longo do mandato de Bolsonaro a evidência de que sua campanha foi conivente com crime, pode ser aberta uma ação com potencial para resultar na cassação do diploma de sua eleição. O que vale dizer do seu mandato.

 

(Foto: Ilustração)

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