Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 13 de Março de 2019, 17:46 - A | A

13 de Março de 2019, 17h:46 - A | A

POLÍTICA / GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Juiz Faleiros adia julgamento de militares por pedidos de reinterrogatório

Euziany Teodoro e Fernanda Nazário
Da Redação



O julgamento dos militares envolvidos no esquema de grampos ilegais que ficou conhecido como a “Grampolândia Pantaneira”, foi adiado, nesta quarta-feira (13), pelo juiz Marcos Faleiros. Ele acatou os pedidos de reinterrogatório feitos pelo coronel Evandro Lesco e pelo cabo Gerson Correa Junior.

Os novos interrogatórios serão feitos nos dias 16 e 17 de julho. Ambos pediram reinterrogatório para apresentar novas informações e detalhes sobre o esquema de escutas ilegais.

Os dois militares, além dos coronéis Zaqueu Barbosa e Ronelson Barros e o tenente–coronel Januário Batista, seriam julgados nos dias 20, 21 e 22 deste mês. O novo julgamento está marcado para 14, 15 e 16 de agosto.

Os militares respondem por ação ilícita, falsificação de documento, falsidade ideológica e prevaricação.

O esquema de arapongagem foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que comandou a Secretaria de Segurança Pública em 2015. Zaque realizou a denúncia à Procuradoria-Geral da República, afirmando que havia alertado o governador Pedro Taques sobre a existência de um “escritório clandestino de espionagem” por meio de dois ofícios.

O esquema

O esquema liderado pelo grupo veio à tona em 2017, por interceptação de políticos, jornalistas e advogados, entre 2014 e 2017. Os militares foram presos na época, mas atualmente cumprem medidas de prisão domiciliar com monitoramento de tornozeleira eletrônica.

Os réus e testemunhas prestaram inúmeros depoimentos em audiências para o magistrado, quando o cabo Gerson confessou ter participado do esquema e revelou nomes de outros envolvidos, inclusive do ex-governador Pedro Taques (PSDB).

Ele depôs dizendo que Taques e o primo, ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, seriam os “donos” do esquema “barriga de aluguel”, em que é pedido à Justiça a interceptação de telefones de pessoas que não são investigadas, nesse caso, junto com integrantes de uma quadrilha de tráfico de drogas.

Em seguida, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell, determinou o desmembramento do Inquérito que investiga a participação do tucano. No entanto, com a perda do cargo de governador nas eleições 2018, o processo já voltou para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Barriga de aluguel

As investigações apontaram que os membros da Polícia Militar aproveitaram uma investigação relacionada ao tráfico de drogas na região de Cáceres (a 250 km de Cuiabá), para inserir números telefônicos de políticos adversários ao governo, médicos, advogados, parlamentares, jornalistas, servidores públicos e até desembargador aposentado de Mato Grosso, em um pedido de quebra de sigilo.

O requerimento para as interceptações teria sido encaminhado ao MPE, que por sua vez formalizou a solicitação à Justiça estadual. A autorização teria partido do juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, que não teria tido conhecimento de que nem todos os números relacionados pela PM estavam relacionados com o crime tratado no processo.

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