Wellyngton Souza
(Foto: Reprodução)
O delegado afastado e ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas, desmentiu o teor da acusação registrada pelo também delegado Flávio Stringueta, que denunciou Jarbas por ameaça e calúnia, após uma discussão na última quarta (28), em um estacionamento de um supermercado na capital.
Por meio nota à imprensa, a defesa do delegado afastado relatou que os fatos ocorreram de maneira totalmente diversa como registrado por Stringueta, que os dois de fato tiveram uma conversa, mas que Rogers em momento algum, proferiu qualquer ameaça.
"Stringueta foi quem propôs o “confronto físico”, o que pode ser verificado pela gravação do sistema de vídeo do local, demonstrativa da expressão corporal agressiva do Senhor Flávio Stringheta", diz trecho da nota.
Conforme o registro policial, Jarbas falava com o delegado com tom provocativo. "Se mostrou acintoso e provocativo, adotando uma postura de muita proximidade com o comunicante [Stringueta], começando a conversa, chamando o comunicante de covarde e mentiroso”, diz trecho do boletim de ocorrência registrado por Stringueta.
Fontes da Polícia Civil revelaram que além de Stringueta, também a delegada Ana Cristina Feldner teria registrado um boletim contra o ex-secretário e a esposa dele, Samira Engel Domingues.
De acordo com Feldner, ela teria encontrado a esposa de Rogers Jarbas, Samira, no estacionamento do clube do condomínio em que os três moram, no Residencial Cuiabá 2.
No encontro, supostamente a esposa de Jarbas também teria ameaçado a delegada. Chegando a avançar nela [Feldner] para tentar pegar o celular, lhe causando lesões nas mãos.
Confira nota na íntegra:
"Em relação aos fatos constantes no boletim de ocorrência objeto da reportagem, a defesa do Delegado Rogers Jarbas informa que os fatos ocorreram de maneira totalmente diversa do relatado pelo Delegado Flávio Stringueta. Que os dois de fato tiveram uma conversa no estacionamento do supermercado Big Lar mas que Rogers em momento algum proferiu qualquer ameaça ao Delegado Stringueta e que, diversamente do noticiado, Stringueta foi quem propôs o “confronto físico”, o que pode ser verificado pela gravação do sistema de vídeo do local, demonstrativa da expressão corporal agressiva do Senhor Flávio Stringheta. Informa também que em nenhum momento foi citado o nome do Desembargador Orlando Perri durante a discussão.
Na data dos fatos, quase que antevendo o possível desvirtuamento, Rogers Jarbas registrou a ocorrência, reafirmando seu compromisso com a verdade dos fatos.
Saulo R. Gahyva
OAB MT 13.216
Rafaela G. Conte
OAB MT 17.024"
Denúncia deve chegar ao STJ
O delegado informou a ocorrência ao desembargador do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Orlando Perri, logo após registrar boletim de ocorrência, pedindo providências em relação às ameaças sofridas por Jarbas.
O desembargador então deve encaminhar a denúncia de Stringueta para o ministro do STJ, Mauro Campbell, que está com o inquérito a respeito dos grampos desde outubro do ano passado.
Entenda o caso
Stringueta e Ana Cristina Feldner eram os responsáveis pelo inquérito de escutas clandestinas na operação Esdras, em setembro de 2017, quando Jarbas foi preso por participação no esquema.
A prisão foi assinada pelo do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Orlando Perri e logo após foi exonerado do cargo a pedido do governador Pedro Taques (PSDB). Rogers responde o processo em liberdade, mas está afastado das funções de delegado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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