Cuiabá, 14 de Maio de 2024

POLÍTICA Sábado, 20 de Outubro de 2018, 14:08 - A | A

20 de Outubro de 2018, 14h:08 - A | A

POLÍTICA / TUDO POR INCENTIVOS

Cervejaria que "serviu" Silval também doou R$ 3 mi à campanha de Taques

Marisa Batalha



(Foto: Ilustração/Reprodução)

alan malouf-cervejaria petrópolis.jpg

 

Após a quebra do sigilo da delação premiada do empresário Alan Malouf, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, estão vindo à tona nomes de empresários, marido de juíza, empreiteiros, do seu primo e ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e ainda boa parte do staff do governador tucano Pedro Taques.

 

E, incluisve, o do próprio gestor - que supostamente, como todos os outros -, também estaria envolvido em um esquema 'monstruoso' que vai desde desvio de dinheiro por meio de licitações até caixa 2 ocorrido na campanha vitoriosa de Taques, em 2014.

 

A delação de Malouf teve o sigilo quebrado em decisão, publicada nesta sexta-feira (19), após acolher argumento do MPF, que disse "não haver interesse na preservação do sigilo nestes autos",  em virtude da ampla divulgação, em noticiário nacional, sobre a existência do processo. 

 

À Procuradoria-Geral da República, Malouf entregou depoimentos reveladores do esquema de desvios de recursos na Secretaria Estadual de Educação, por meio de licitações frauduletas em obras de construção e reformas de escolas em Mato Grosso, investigados na operação “Rêmora".

 

Mas muito para além de revelar detalhadamente o esquema na Seduc e sobre o Caixa 2 da campanha de Taques, Malouf revela em sua delação, ao todo 20 fatos que extrapolam, inclusive, os fatos investigados na operação “Rêmora”, o que motivou, inclusive, o acordo de colaboração premiada do empresário.

 

Assim, em um de seus depoimentos à PGR, o empresário revela que a campanha vitoriosa do gestor tucano Pedro Taques, em 2014, teria recebido da Cervejaria Petrópolis R$ 3 milhões, como doação, em troca da manutenção de incentivos fiscais. 

 

Malouf conta em sua colaboração com a Justiça que em uma reunião na casa de Pedro Taques, em 2014, presenciou seu primo Paulo Taques, mais tarde secretário da Casa Civil, ligar para um diretor da Cervejaria Petrópolis solicitando a doação de mais R$ 2 milhões para a campanha. 

 

Depois de um acordo com a cervejaria que supostamente já teria repassado à campanha, uma doação de R$ 1 milhão. 

 

A Cervejaria Petrópolis - fabricante das cervejas Itaipava e Crystal -, usufrui de incentivos desde a gestão do ex-governador Silval Barbosa. Inclusive, tendo sido citada na delação do ex-secretário de Indústria e Comércio de Mato Grosso, Pedro Nadaf [no período de silval], que a empresa também teria contribuído com a campanha do antecessor de Taques {Silval] que recebeu da fábrica R$ 2,5 milhões, usados para pagar dívidas de campanha, em troca de incentivos.  

 

“O peticionante informa que teve conhecimento de que a referida cervejaria é beneficiária de incentivos fiscais no Governo do Estado, e que referidos incentivos não são isonômicos quanto aos incentivos vigentes para outras empresas atuantes no mesmo segmento”, consta na delação. 

 

“Que o peticionante percebeu neste momento que a empresa efetuou a doação com o objetivo de que o novo Governo não interferisse nos incentivos fiscais da qual a empresa é beneficiária”. 

 

No acordo, Malouf diz que, caso houvesse isonomia para o setor com o nivelamento dos incentivos nos mesmos patamares, o Estado colocaria em seu caixa valores que “seguramente superam o montante de R$ 200 milhões por ano”. 

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia