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POLÍTICA Quarta-feira, 10 de Maio de 2017, 11:49 - A | A

10 de Maio de 2017, 11h:49 - A | A

POLÍTICA / DIAS DE BOLA FORA

Após suspender projeto "escravagista", Folha de SP revela que Leitão usou Abin para punir indigenistas

Da Redação



(Foto: Reprodução)

Nilson Leitão

 

Depois do projeto de lei polêmico - que pretendia mudar a legislação trabalhista no campo, sobre pagamento a trabalhadores rurais com casa e comida -, ter sua tramitação suspensa na Câmara Federal, nesta última terça-feira (09), pelo próprio autor, o deputado tucano Nilson Leitão, sob a argumentação de que o projeto precisa ser "corrigido".  Agora, outra bomba foi divulgada contra o deputado federal mato-grossenses, na edição desta quarta-feira (10) na Folha de São Paulo.

 

O veículo revelou que o parlamentar mato-grossense, que também é coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária do Congresso, utilizou trechos da investigação feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), sobre líderes indígenas e organizações não governamentais contrários a grandes empreendimentos na Amazônia, como as usinas de Belo Monte e Tapajós.  Usando as investigações, inclusive, na condição de relator da CPI da Funai e do Incra, colocando as transcrições, no texto final da CPI, para pedir o indiciamento de dezenas de índios, antropólogos e procuradores que atuam em defesa dos direitos dos índios.

 

A investigação -revela trecho da matéria da Folha de São Paulo -, que foi pedida ainda no governo de  Dilma Rousseff (2011-2016), não só foi usada por Leitão como neste caso, em nenhum momento questionou a espionagem da petista; pelo contrário, se serviu dela para pedir punições à membros da Funai.

 

Projeto polêmico

 

Nos últimos dias, Leitão ganhou destaque nacional com a proposta da reforma para trabalhadores rurais no Brasil. No projeto, ele admitiu que os trabalhadores tivessem descontado dos salários a moradia e refeições durante horário de trabalho.

 

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na semana passada, o deputado defendeu a ideia e rechaçou as acusações de que o projeto tinha características escravagistas.  "Se servem alimentação para você, isso tem um custo. Se oferecem moradia, tem custo. Alguém tem que pagar isso e isso tem que ser formalizado", explicou o parlamentar. 

 

Ja na última segunda-feira (08) o projeto foi rechaçado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à Folha de São Paulo, da mesma sigla do ruralista, o PSDB. Ao jornal, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que o projeto de lei (PL) do presidente do diretório tucano em MT, que também é presidente da bancada ruralista, deputado federal Nilson Leitão, é uma ‘loucura’.

 

FHC comentou que a proposta do tucano de MT vem permitindo que críticos vejam o projeto de lei como uma forma de legalização do trabalho escravo no país. “...aquilo é uma loucura (a ideia aventada permite algo que críticos chamam de trabalho escravo legalizado, com pagamento na forma de alimentação e estadia). Não pode ser assim“, diz trecho da resposta de FHC à Folha.

 

A situação piorou bastante após entrevista do senador José Medeiros (PSD), realizada nesta últioma segunda-feira (08), a uma rádio na Capital de Mato Grosso.  Ao contrapor o ex-presidente tucano FHC, Medeiros - que é favorável ao projeto de Nilson Leitão - chegou a sugerir que Fernando Henrique Cardoso estaria 'abusando de alguma erva'.  "Hoje em dia Fernando Henrique só abre a boca para defender maconha. A grande preocupação dele é defender maconheiro, é defender maconha. Eu não sei o que ele anda fumando. Abre a boca e sai isso", disse. Medeiros é vice-líder do presidente Michel Temer (PMDB), no Senado.

 

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