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POLÍTICA Terça-feira, 21 de Agosto de 2018, 08:54 - A | A

21 de Agosto de 2018, 08h:54 - A | A

POLÍTICA / DEU NA FOLHA DE SP

Após delação de Malouf, defesa diz que não irá se pronunciar até o julgamento do recurso

Da Redação



Foto: (Edinilson Aguiar)

Taques e Leitão

 

Após a matéria divulgada na Folha de SP  nesta terça-feira (21), revelando que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio autorizou o acordo de delação premiada do empresário cuiabano Alan Malouf, a defesa emitiu uma nota reafirmando que não irá se pronunciar diante do assunto até que seja julgado o recurso.

 

Em sua colaboração com a Justiça, Malouf assegura ter participado de um esquema de caixa dois e de desvios de dinheiro público - na Secretaria de Estado de Educação - envolvendo o governador Pedro Taques (PSDB) e o deputado federal, Nilson Leitão (PSDB).

 

A colaboração com a Justiça é sigilosa e foi homologada no dia 19 de abril. Nela são apontados documentos que foram obtidos pela veiculo de cominacação. Parte da documentação do acordo foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça.  

 

Atualmente, Taques tenta a reeleição e Leitão concorre ao Senado e ao serem questionados, os dois negaram ter cometido irregularidades. 

 

Na delação feita à Procuradoria-Geral da República, Malouf afirma que desviou R$ 10 milhões em recursos não contabilizados, para a campanha de Taques ao governo, nas eleições de 2014, à época, candidato pelo PDT.

 

Segundo Malouf, a conta era administrada por Júlio Modesto, que virou o chefe da Casa Civil mato-grossense. 

 

O empresário ainda declarou que Taques recebeu R$ 10 milhões em caixa dois para a sua campanha, na sua primeira disputra ao Governo do Estado.  

 

O delator ainda afirma que "esteve reunido mais de 100 vezes com o governador em sua residência para tratar de assuntos financeiros ligados a campanha de 2014". 

 

Ele também que presenciou o encontro entre o então candidato [Taques] e o ex-gestor Silval Barbosa. Este últim o chegando igualmente a delatar no STF, que Taques teria pedido R$ 12 milhões como forma de 'não mexer no vespeiro' que era a administração anterior, como depois foi confirmada. 

 

Malouf foi condenado a 11 anos de prisão sob acusação de integrar uma organização criminosa, porém ele não está preso. Alguns benefícios da delação são redução de pena e alteração do monitoramento da tornozeleira eletrônica neste processo. 

 

Ele foi condenado no âmbito da operação Rêmora, que investigou desvios de R$ 56 milhões da Secretaria de Educação do Estado por meio de contratos. Malouf disse a PGR, que o dinheiro seria usado para sanar dívidas não declaradas da campanha. 

 

Algumas das acusações já haviam sido feitas em depoimento à Justiça do Estado, mas não resultaram em processo contra o governador.

 

De acordo com o delator, Leitão comandava a operação de desvios. E que Taques sabia que o dinheiro desviado para a campanha seria pago. Ele diz que informou diretamente ao governador, que empresários efetuaram pagamentos destinados a Leitão.

 

Malouf revelou também que quando o esquema foi descoberto, se reuniu em duas ocasiões com Taques na sede do governo e o informou dos riscos.  Porém, o governador respondeu que "daria um jeito de resolver".

 

Procurado pela reportagem da Folha, o advogado de Malouf, Huendel Rolim, não comentou o assunto. No entanto, afirmou em nota que tenta anular a condenação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que entende não ser competente para o caso.

 

Taques nega as acusações 

 

Em nota, o governador Pedro Taques negou "enfaticamente as afirmações do investigado Alan Malouf". Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas na prestação de contas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

 

Taques diz que já prestou depoimento à PGR sobre o assunto e apontou equívocos nas falas de Malouf. Diz que não fez acordo com Silval.

 

Para o tucano, Malouf tem "o claro propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si" e disse que "constituiu advogados para atuar no processo judicial e garantir que a verdade prevaleça".

 

O governador ainda afirma que rescindiu 14 dos contratos alvo da Operação Rêmora e impediu prejuízos aos cofres públicos. 

 

"Desta forma, do total de R$ 56 milhões em contratos, a Controladoria Geral do Estado apurou que o dano potencial esteja na ordem de R$ 370 mil, que será ressarcido no procedimento de responsabilização das empresas envolvidas."

 

Também em nota, Nilson Leitão afirma que ao longo de sua vida pública, nunca solicitou recursos ilícitos ou pediu para que alguém o fizesse em seu nome. 

 

"Não tenho nada a temer e estou sempre à disposição da Justiça, porque defendo que pessoas públicas têm a obrigação de dar explicações", afirmou. 

 

Segundo ele, a acusação é requentada, vazia e mentirosa, baseada em 'disse-me-disse' de condenado a 11 anos de cadeia que tenta atingir sua candidatura para obter vantagem em acordos com a Justiça.  

 

"Confio e espero também que, ao cabo disso tudo, sejam punidos exemplarmente aqueles que tentam me prejudicar e me envolver em ações criminosas mesmo sabendo que sou inocente", disse. 

 

O ex-secretário Júlio Modesto disse que seu papel no governo foi técnico e não administrou nenhuma conta ou foi coordenador de campanha.

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