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POLÍTICA Terça-feira, 30 de Outubro de 2018, 20:30 - A | A

30 de Outubro de 2018, 20h:30 - A | A

POLÍTICA / APÓS BOLSONARO ELEITO

Analistas avaliam que MT precisará da bancada federal ativa junto a presidência

Luana Valentim



(Foto: Reprodução/Web)

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Os analistas políticos, Onofre Ribeiro e João Edisom em entrevista ao Site Única News nesta segunda-feira (29), avaliaram como positiva a votação assegurada em Mato Grosso pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), neste segundo turno das eleições.  

 

Para Onofre, a vitória de Bolsonaro tem um papel interessante para o Estado, já que Mato Grosso - do ponto de vista estrutural e conjuntural - depende muito do Governo Federal, pela dimensão territorial e pelo número de problemas, principalmente financeiros, que vêm tendo. Ainda que tenha uma enorme contribuição com a balança comercial do país, por conta de sua produção agrícola, sempre superavitária na área do agronegócio, além de ser um grande exportador.

 

“Mato Grosso é um Estado importante, mas tem uma representação política muito pequena. Essa representação tem sido muito omissa e repetidora com o mesmo discurso de que Mato Grosso é um Estado que produz e ninguém, no entanto, olha para ele. Isso não funciona mais. Tem que ser proativo como as bancadas do Sul, do Sudeste e do Nordeste!”, destacou.

 

Outro ponto levantado por Onofre é que nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Mato Grosso foi para o quarto plano. O PT trabalhava com uma perspectiva de um projeto de poder para durar até 50 anos, dando prioridade aos grandes colégios eleitorais que contabilizariam, no final, os votos que o elegeria.

 

“Então Mato Grosso não significava nada, com 2.266.325 eleitores. Então não interessava muito ao governo do PT, não significando grande coisa por não ter eleitor. Um bairro de São Paulo tem mais eleitores do que Mato Grosso”, explicou.

 

Onofre relatou que com as bancadas renovada, mais jovem e mais agressiva, Mato Grosso entre para uma fase de renovação, pois também renovou o governo. Com isso, dá ao Estado a chance de sair da posição de vítima e ir ‘para o pau’ na defesa e na reivindicação, como fazem as bancadas do Nordeste e de São Paulo que brigam por seus interesses.

 

Ainda ressaltou que o presidente não poderá deixar de reconhecer a importância de Mato Grosso neste conjunto, claro, se as bancadas forem proativas e sair deste eterno ‘chororô’.

 

“As nossas bancadas no regime militar eram muito submissas e depois quando vieram os governos civis, as bancadas continuaram omissas e vitimizadas. Enquanto isso as bancadas do Nordeste, juntam os 180 deputados e senadores pelas mesmas causas, brigam internamente pelos problemas eleitorais e regionais. Agora aqui é minoria. É cada um brigando por si, por coisinhas e chorando. Historicamente temos uma bancada de fracos que fica chorando e reclamando, não sendo capaz de ir para cima, montar em um cavalo e chegar-lhe a espora”, pontuou.

 

Já para outro cientista político, João Edisom, ainda é muito cedo para fazer uma análise futura, ao lembrar que esta foi uma eleição é excessivamente atípica, onde as questões essenciais não foram debatidas durante a campanha.

 

“Os 14 anos do PT criou uma legião de brasileiros com um ódio tão grande, que debater ou bater no partido se tornaram mais importante do que discutir o aspecto econômico. O governo que foi eleito tem uma característica duvidosa, mas enquanto um governo liberal, falando de privatizações, isto seria interessante para Mato Grosso.

 

João pontuou que desde o início da campanha até agora, o que ouviu de interessante do Paulo Guedes, possível ministro da economia, no governo de Bolsonaro, falando da reforma previdenciária, abertura de mercados e privatizações.

 

Caso sejam verdadeiras estas propostas, João destacou que para Mato Grosso será bom, pois dará mais dinâmica em termo de mercado. Mas, é preciso olhar também para as pessoas do Estado, transformando as commodities em produtos, ao invés de ficar assistindo as rodas dos caminhões passarem em alta velocidade, levando as riquezas para os outros estados e os mato-grossenses ficando apenas com a imagem e a fama sem poder usufruir dela.

 

“É um governo que foi eleito sem propostas, aliás esse segundo turno foi sem propostas. Discutindo coisas que não afetam o cotidiano das pessoas. Ou seja, não fizeram um debate econômico sério. Assim, elegemos uma incógnita”, disparou.

 

Para o analista, será preciso observar os 100 primeiros dias, para saber quais os passos que serão dados, porque, para ele, até agora não houve um processo eletivo, sendo apenas uma luta para tirar o PT do poder.

 

Avaliando o discurso da vitória de Bolsonaro, João observou que foi vazio, sem conteúdo. E que até dezembro a ficha de muitos irá cair, particularmente na hora em que iniciar a composição do governo. “Se a gente observar pelo que ele falou em seu primeiro pronunciamento, que vai governar para os estados, então Mato Grosso está bem. Até porque Bolsonaro recebeu uma votação estupenda no Estado. E ele deverá governar para os estados de onde ele venceu”.

 

João destacou que a bancada federal que foi eleita não é melhor do que a antiga, ao lembrar, por exemplo, que o deputado federal, Valtenir Pereira (MDB) foi considerado o parlamentar, no Brasil, que mais conseguiu destinar verbas para o seu Estado, no entanto, ele não foi reeleito e nem entrou alguém que possa fazer esse trabalho.

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