Luana Valentim e Marisa Batalha
(Foto: AMM-MT)
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga (PSD), voltou a tecer duras críticas ao governador Pedro Taques (PSDB), ao declarar nesta terça-feira (17), em entrevista à Rádio Capital FM, que o gestor tucano estaria apenas concluindo o que foi deixado pela gestão de Silval Barbosa (sem partido) e que a máquina estaria desgovernada e sem planejamento.
(Foto: Ilustração/Instagram)
Neurilan parabenizou Taques, revelando que está acompanhando as propagandas feitas pelas redes sociais por ele e pelo secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte, mostrando as duplicações da Rodovia Emanuel Pinheiro, estrada para a Chapada (a 65 km de Cuiabá) e a estrada da Guia (a 32 km de Cuiabá), com pista de caminhada e ciclismo no meio das vias.
Lembrando que, no entanto, longe da Capital, o interior do Estado não tem a mesma sorte pois, as obras iniciadas por Taques, em vários municípios de Mato Grosso estão abandonadas. Uma delas, a que acesso a MT-100, que liga Alto Taquari, por exemplo, está cheia de buracos.
Assim, comparando as pavimentações próximas da capital, até divulgadas em post publicado pelo gestor estadual, nesta última segunda-feira (16), no seu perfil do Instagram, onde aparece encostado em uma bicicleta contemplando a ‘própria obra’, como algo bem distante do que vem ocorrendo no interior do Estado. 'Realidades tão distantes que podem até parecer que não ocorrem no mesmo Estado'.
“Essa semana agora eu estava em Tangará da Serra (a 242 km de Cuiabá) e ao passar pela MT-040 fiquei pasmo com a situação, pois aproximadamente há um ano, uma empresa contratada pelo Estado começou um trabalho de recuperação. Tirando a parte de asfalto onde estava muito esburacado, colocando outro material. Porém, ontem eu vi que foi tirado todo o asfaltado, virando uma estrada de chão, com as pessoas andando debaixo de poeira, muitas vezes tendo que parar o carro para evitar uma colisão”, relatou.
E, pior, ainda revela Neurilan, assegurando que as obras que estão sendo realizadas pelo gestor estadual, pertencem ao governo passado, realizados pelo programa MT Integrado e agora com o nome de Pró-Estrada.
Neurilan também chamou de calamidade a omissão de Taques, com relação as pontes que cortam estradas e municípios no Estado, que acima de 12 metros são de responsabilidade estadual [de acordo com as regras do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab)], que, no entanto, estão abandonadas.
‘As reformas têm sido bancadas pelas prefeituras que estão com seus caixas no vermelho. Quando caem a população ou o Ministério Público pressionam os prefeitos, sem saber que esta é uma responsabilidade do governo. E se procuramos a Sinfra, a resposta de Marcelo Duarte é sempre a mesma, que o Estado está com dificuldades financeiras. Mas não entendo, afinal, o Estado fica com parte do recurso do Fethab para fazer essas pontes. Algumas estão em estado tão lamentável que viraram notícia no Jornal Nacional, da TV Globo, na semana passada, uma vergonha!’
Para Neurilan, a situação está tão caótica para grande parte dos prefeitos que mesmo que seja quase impossível que ela pudesse ficar pior, em Mato Grosso, entretanto, isto ocorre. Lembrando que os repasses na área de Saúde continuam em atraso e que o governo do Estado deve cerca R$ 100 milhões, pois são R$ 32 milhões referentes a 2016, dois meses de 2017 e todos os meses de 2018 que até agora não foram pagos. ‘Com isso, as prefeituras estão com dificuldades pois não têm condições de estar bancando remédios, salário de médicos e salário de quem trabalha nos postos de saúde. Mesmo que haja esse recurso no Estado, contudo, misteriosamente, ele não tem sido repassado para as prefeituras’.
Mesmo afastado nas decisões de seu partido, Neurilan declarou que irá defender a candidatura do senador Welington Fagundes (PR), na disputa, neste pleito, pela Governadoria do Estado. Sob a alegação que os prefeitos terão mais acesso a ele do que tiveram com Taques.
Frisando, entretanto, que o presidente do partido, Carlos Fávaro, pré-candidato ao Senado, tem total autonomia para negociar com os demais partidos.
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