Da Redação
(Foto: reprodução)
A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Várzea Grande indiciou Rafael André Janini nos crimes de injúria qualificada, racismo e ameaça, no caso envolvendo a fotografa, Mirian Rosa, 32 anos. O inquérito policial foi concluído no dia 20 de junho e encaminhado ao Fórum de Cuiabá.
Rafael André Janini é o autor dos áudios enviados à vítima no dia 01 de maio, com uma série de xingamentos em razão da cor/raça de Mirian. No inquérito, a Polícia Civil concluiu que as ofensas ocorreram em Cuiabá, por isso foi enviado ao Fórum da comarca de Cuiabá.
Quando interrogado na Delegacia, no dia 7 de maio, o suspeito tentou relativizar seus atos, afirmando que teria agido para se defender após se envolver em discussão com a vítima em um grupo de rede social (whatsapp).
Apesar do “forte conteúdo” ofensivo dos áudios, Rafael afirmou não ser racista, que se declara negro (assim como sua família) e que por isso “não teria como ser racista”.
O interrogado será indiciado pelo crime de racismo em razão de ter ofendido - além de pessoa determinada (Mirian) - toda uma coletividade de afrodescentes ao afirmar, entre outras coisas, que “crioulo não serve para nada”, que é “saco de carvão, saco de lixo”, “tem que apanhar no tronco”, entre outros insultos.
Além de racismo, Rafael também foi indiciado por injúria qualificada, por ter ofendido a honra, a dignidade e o decoro da vítima (Mirian) e ameaça.
Entenda o caso
(Foto: Facebook)
A fotógrafa Mirian Rosa registrou um boletim de ocorrência no dia 2 de maio, após ser alvo de ataques racistas em grupo do whatsapp. Áudios com ofensas e racismo contra pessoa negra foram enviados por Rafael.
Nos áudios enviados ele a comparava com um saco de lixo preto e carvão. “É o seguinte: vou queimar uma carne lá em casa. Preciso de você, como o carvão e o saco de lixo para recolher o que restar”.
Em entrevista ao Única News, Mirian disse que chegou a conhecer o autor do ataque por frequentarem o mesmo grupo de amigos, mas que nunca teve intimidade com ele.
O Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), manifestou seu repúdio contra a violência racial. Por meio de nota, o Imune revela que Rafael violentou não somente uma mulher negra, mas à coletividade destas mulheres que, como Mirian, são trabalhadoras e ganham a vida às duras penas.
No mesmo dia, foi concedido pela Justiça de Mato Grosso, uma medida protetiva de 500 metros de distância da fotógrafa e família. A decisão atende a um pedido formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Ouça o vídeo:
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