Claryssa Amorim
(Foto: Alair Ribeiro)
A prisão preventiva do cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa Junior, foi revogada pelo Conselho Especial de Justiça Militar, em audiência de julgamento, na tarde desta terça-feira (6). Gerson é réu na ação que investiga o esquema de escutas clandestinas, conhecido como Grampolândia Pantaneira, supostamente operados pelo alto escalão da PM.
A audiência para decidir se Gerson continuaria presofoi por conta do seu descumprimento das medidas cautelares, após frequentar uma casa de shows Malcon Pub, em agosto, enquanto estava em prisão domiciliar.
O advogado do cabo, Neyman Monteiro, alegou que "uma saidinha de uma hora não é tão grave que mereça ser preso". A defesa fez a declaração ao juiz da 11º Vara Militar, Marcos Faleiros.
A defesa ainda argumentou que a sua desobediência não causou nenhum dano à sociedade nem a instituição (PM) e que não há benefícios para mantê-lo preso.
O representante do Ministério Público Estadual, manifestou contrário ao pedido e afirmou que após o descumprimento da tornozeleira eletrônica deve se impor medida mais bruscas, no caso, prisão preventiva.
O magistrado decidiu então que Gerson deverá dormir na cadeia e trabalhar no administrativo da polícia durante o dia e sem armamento. O local onde ele irá desempenhar suas funções será decidido posteriormente pelo Comando da Polícia Militar.
Ele não poderá deixar a cadeia para visitar a família, podendo ser visitado apenas na sede do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), onde está detido atualmente
A ‘saidinha’
Segundo a defesa do cabo, Neyman Monteiro, Gerson esteve no estabelecimento entre 01h49 e 02h52, ficando apenas uma hora no local, após uma discussão com a esposa horas antes em sua residência e ‘culminou com a ida dela na casa noturna sem portar quaisquer documentação e dinheiro, totalmente desapontada e com os nervos à flor da pele’.
O que acabou fazendo com que Gerson se deslocasse até o local em companhia de um casal de amigos para ‘tentar acalmar os ânimos da esposa, remover as ideias desapontadas e removê-la daquele local a todo custo'.
Grampolândia Pantaneira
A Grampolândia Pantaneira interceptou políticos, jornalistas e advogados entre 2014 e 2017. O militar se tornou peça-chave para o Ministério Público Estadual, após os seus polêmicos depoimentos no dia 28 de julho e 27 de agosto, onde revelou informações importantes sobre o esquema citando, inclusive, a participação no esquema do governador Pedro Taques (PSDB).
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