Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2024, 11:33 - A | A

26 de Janeiro de 2024, 11h:33 - A | A

POLÍCIA / PISTOLA 9MM

Exame balístico confirma que 9 tiros que mataram Zampieri saíram da arma do intermediador

Laudo da Politec confirma que arma apreendida com instrutor de tiro é a mesma utilizada no dia do crime.

Ari Miranda
Única News



(Reprodução/Montagem)

HEDILERSON E ANTONIO - ZAMPIERI ARMA.jpg

O instrutor de tiro Hedilerson Barbosa e o pedreiro Antonio Gomes da Silva, intermediador do crime e executor do advogado Roberto Zamperi. No detalhe, a arma utilizada na execução do jurista.

Exame de balística confirma que a arma utilizada na morte do advogado Roberto Zampieri (56), pelo pistoleiro Antonio Gomes da Silva, pertencia ao intermediador do homicídio, o instrutor de tiro Hedilerson Fialho Barbosa (56).

Segundo o laudo emitido pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), os projéteis extraídos do corpo do jurista foram disparados pela arma de fogo apreendida com o instrutor de tiro, uma pistola Taurus, calibre 9mm, registrada no nome dele. Foram 9 projéteis comparados à arma.

"Os exames de comparação dos projéteis questionados PQ01 ao PQ09, quando comparados com projéteis padrão da arma questionada AF-A, evidenciaram coincidências determinantes de macroelementos, de microestrias e de outras características peculiares das regiões limítrofes entre seus cavados e ressaltos adjacentes", conclui o exame.

O fato confirma a versão de Antonio, que disse em depoimento que veio para Cuiabá sem uma arma para executar a vítima e inventou uma blitz para obrigar Barbosa a emprestar a dele.

Antônio Gomes foi contratado por Hedilerson para cometer o crime, ocorrido no dia 5 de dezembro do ano passado, em frente ao escritório da vítima, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Os dois foram presos dias depois, o primeiro na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), e o intermediador em um stand de tiro na capital mineira.

Em depoimento filmado (veja no final desta matéria), o pistoleiro disse à Polícia Civil que falou para Hedilerson que tinha duas armas, quando na verdade não tinha nenhuma. Assim que veio para a capital de MT, Antônio ligou para Hedilerson e, sob o argumento falso de que teria perdido as armas em uma blitz, conseguiu que o instrutor de tiro lhe emprestasse a própria pistola 9mm para matar Zampieri.

"Aí, eu falei para ele [Hedilerson] que eu tinha duas armas aqui, mas na verdade eu não tinha m**** nenhuma. Ele falou 'vou para aí'. E nesse meio tempo eu falei: ‘tenho que bolar alguma coisa’. Quando eu vi que ele vinha mesmo, eu liguei para ele e falei: 'véi' (sic.), aconteceu uma tragédia: Perdi minhas armas em uma blitz", relatou o atirador.

O intermediador se viu obrigado a vir até Mato Grosso para trazer sua arma de uso pessoal para dar andamento no plano. Como “desculpa” para ocultar a verdadeira motivação de trazer a pistola de Belo Horizonte a Cuiabá, Barbosa disse na declaração de transporte que participaria de um torneio de tiro na capital mato-grossense.

Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital, a arma utilizada para matar Zampieri foi entregue pelo instrutor a Antônio horas antes do crime, dentro do hotel onde eles estavam hospedados.

ATIRADOR FOI ALUNO DE INTERMEDIADOR

Antônio Gomes da Silva era ex-aluno do instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa,

Em outubro do ano passado, Hedilerson publicou uma foto em seu Instagram ao lado de Antônio, que no momento do registro, empunhava uma espingarda calibre 12.

Na legenda, Hedilerson, que além de instrutor de tiro é veterano das Forças Armadas, escreveu: “Mais um aluno aprovado! Parabéns”.

Edson Pick, delegado da DHPP de Cuiabá, confirmou que Antônio fez um curso de tiro com Hedilerson. Todavia, revelou que o pedreiro foi reprovado no teste para obter o Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF).

“Ele aprendeu a atirar com o Hedilerson. Essa é a relação dos dois. Até o momento, ele não conseguiu o Certificado de Registro de Arma de Fogo para obter seu registro de CAC [Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador]”, afirmou o delegado.

LEIA MAIS SOBRE O CASO:

- Pistoleiro que matou advogado em Cuiabá vigiou a vítima por 30 dias

- Assassino esteve no escritório da vítima um dia antes do crime

Pistoleiro recebeu R$ 40 mil para matar advogado de Cuiabá; arma foi entregue em hotel

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3