Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Segunda-feira, 11 de Março de 2024, 15:06 - A | A

11 de Março de 2024, 15h:06 - A | A

POLÍCIA / CASO ROBERTO ZAMPIERI

Disputa de terras no valor de R$ 6 milhões levou polícia a fazendeiro mandante do crime

Aníbal Laurindo se entregou na sede da DHPP de Cuiabá nesta segunda-feira (11) e teve a prisão temporária decretada.

Ari Miranda
Única News



Uma disputa de terras na cidade de Paranatinga (384 Km de Cuiabá) estimada em R$ 6 milhões teria sido a causa do assassinato do advogado Roberto Zampieri (56), executado com 10 tiros em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, no dia 5 de dezembro do ano passado.

A informação foi repassada à imprensa pelodelegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, responsável pelas investigações, após a prisão do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, apontado como o mandante da execução do jurista na capital mato-grossense.

Acompanhado de um advogado, Aníbal, que passou a ser investigado, se apresentou na sede da DHPP, no centro da capital. A esposa dele, Elenice Ballarotti Laurindo, também investigada pelo homicídio, continua foragida.

Segundo Nilson Farias, a principal hipótese que levou ao assassinato do advogado em Cuiabá é a existência de uma disputa judicial em Paranatinga, onde o irmão de Aníbal perdeu uma fazenda para um dos clientes de Roberto Zampieri.

“Teve uma reintegração de posse em seu desfavor do irmão do Aníbal e, no momento da reintegração, na execução de sentença, também entrou em discussão a terra do Aníbal”, explicou delegado

Para Nilson Farias, Aníbal pode ter cometido o crime por medo de, assim como o irmão, perder suas terras para o jurista cuiabano. “Ele entrou com uma intervenção de terceiros alegando que a terra dele não tinha nada a ver com aquela disputa do seu irmão”, explicou.

Além disso, de acordo com o delegado, Aníbal seria o tal “homem de sotaque sulista”, citado no último depoimento do pedreiro Antonio Gomes da Silva (56), atirador que matou o advogado com 10 tiros.

Segundo o delegado, as provas reunidas ao longo das investigações já estabeleceram a ligação entre o fazendeiro e os demais investigados.

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LIGAÇÃO COM CORONEL

Ainda conforme o delegado, Aníbal fazia parte de um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), intitulado "Frente Ampla Patriota". Foi através deste grupo que ele teria conhecido o coronel da reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado nas investigações como o financiador da morte de Zampieri.

“O coronel [Caçadini] representa a Frente Ampla Patriota. Pelo que a investigação demonstra, [o movimento] acabou criando uma proximidade entre o coronel e o Aníbal. Eles iam pra frente de quartéis pedindo uma ação mais enérgica do Exército em prol do conservadorismo”, conta Nilson

O CRIME

Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023 em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital. O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape, uma Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Além do fazendeiro, estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.

As prisões, parte delas efetuadas na região metropolitana de Belo Horizonte de Belo Horizonte (MG), foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

 

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