Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 28 de Novembro de 2023, 17:11 - A | A

28 de Novembro de 2023, 17h:11 - A | A

POLÍCIA / SONDAVA AS VÍTIMAS

Delegado confirma que “maníaco de Sorriso" premeditou o crime; estuprador foi descoberto pela pegada do chinelo

Segundo as investigações, o pedreiro Gilberto Rodrigues trabalhava e dormia na obra ao lado da casa das vítimas, o que facilitou sondar a rotina da família

Ari Miranda
Única News



O delegado Bruno França, da Polícia Civil de Sorriso (397 Km de Cuiabá), afirmou que o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos (32) - autor da “chacina de Sorriso”, que resultou na morte de Cleci Calvi Cardoso (46) e suas filhas três filhas: Miliani Calvi Cardoso (19), Manuela Calvi Cardoso (13) e Melissa Calvi Cardoso (10) - premeditou o crime.

Bruno França classificou o maníaco como um “predador sexual”, já que três vítimas (Cleci, Miliani e Manuela) foram esfaqueadas, degoladas e abusadas sexualmente enquanto ainda agonizavam.

Segundo a perícia, Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos, foi a única vítima que não foi violentada sexualmente por Gilberto, que agiu sozinho e matou a garota por asfixia, com o uso de um travesseiro.

O pedreiro foi preso na manhã desta segunda-feira (27), instantes após os corpos das vítimas serem encontrados pela Polícia. O criminoso trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas e entrou na casa de Cleci pela janela do banheiro. Com ele, foram encontradas calcinhas das vítimas, as quais ele levou como uma espécie de “troféus” da chacina.

O fato de estar trabalhando na obra ao lado da casa das vítimas facilitou tanto o maníaco espreitar a movimentação diária das vítimas, bem como o acesso à residência. Além disso, segundo a polícia, Gilberto dormia no local, o que, segundo o delegado de Polícia Civil, contribuiu para que ele pudesse premeditar e executar o crime.

“A premeditação do crime é óbvia. Ele morava na obra, ao lado do local do crime, e como todo predador sexual, já vinha espreitando as vítimas”, afirmou o delegado.

Além disso, Gilberto alegou que cometeu o crime após ter usado drogas, o que não convenceu o delegado de que ele agiu por impulso do efeito dos entorpecentes.
“A alegação de que a droga seja responsável não nos convence. Primeiro que ele já é foragido por estupro e tentativa de homicídio, exatamente igual em Lucas do Rio Verde, além de ser um latrocida foragido da cidade de Mineiros, em Goiás”, acrescentou.

“E ele foi preso com roupas íntimas das vítimas, na maior demonstração de que se trata de um ‘predador em série’”, completou França.

A DESCOBERTA

O crime foi descoberto nesta segunda-feira (27), após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Cleci e a filha Miliani, de 19 anos, foram encontradas caídas no corredor da casa. Já os corpos de Manuela e Melissa, de 13 e 10 anos, estavam no quarto. Segundo a perícia, três delas estavam sem roupas.

A Polícia Civil chegou ao criminoso após receber denúncias. Gilberto continuava trabalhando normalmente na obra ao lado da cena do crime, como se nada tivesse acontecido, demonstrando o grau de frieza do assassino.

Devido à repercussão da chacina e a revolta gerada entre a população sorrisense, temendo uma invasão popular à Delegacia de Sorriso para linchar e matar Gilberto, a Polícia Civil decidiu pela transferência do assassino, que foi levado no helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) da PM, para um presídio, na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá).

A INVESTIGAÇÃO

Para chegar ao paradeiro do autor da chacina, os investigadores agiram rapidamente, percorrendo uma sequência de pistas, que os levaram ao pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos.

Os investigadores chegaram ao pedreiro através da checagem de documentos dos pedreiros e serventes que trabalhavam no local.

“Descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de prisão em aberto. Sem informar isso ao preso, iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão [Gilberto] estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo”, explicou o delegado Bruno França.

PEGADAS E CABELO ARRANCADO

Durante o interrogatório, a Polícia Civil descobriu que Gilberto estava morando no local de trabalho. Em seguida, os investigadores encontraram uma pegada de chinelo, que colocou o pedreiro como o principal suspeito.

“A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e o do rapaz deu uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime”, disse França.

Outra prova que indicava o pedreiro como autor da chacina era uma falha no seu cabelo, como se tivesse sido arrancado.

“Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima [Cleci] tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime”.

Agindo como um criminoso em série, Gilberto levou da cena do crime roupas íntimas das suas vítimas, como uma espécie de “lembrança”, um “troféu do crime.

"Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas, que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime", explicou o delegado.

A versão dele, de que cometeu o crime sozinho, ainda é investigada pela Polícia. Exames periciais apontarão a dinâmica de como tudo aconteceu, que confrontará a versão do autor.

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