Cuiabá, 09 de Maio de 2024

POLÍCIA Quinta-feira, 17 de Novembro de 2016, 08:48 - A | A

17 de Novembro de 2016, 08h:48 - A | A

POLÍCIA / INVESTIGAÇÃO

Corporação afasta tenente envolvida em suposta sessão de afogamento

De acordo com o coronel Alessandro Borges Ferreira, o inquérito policial instaurado para apurar o caso, terá total imparcialidade e transparência

Karollen Nadeska / Única News



(Foto: Internet)

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Tenente Isadora Ledur, envolvida em treinamento suspeito

A tenente do Corpo de Bombeiros Militar, Isadora Ledur, envolvida em uma suposta “sessão de afogamento” na Lagoa Trevisan (região do Coxipó), em Cuiabá, foi afastada pelo Comando da Corporação nesta quarta-feira (16). A decisão foi anunciada, após a morte do aluno do Curso de Formação, Rodrigo Claro, de 21 anos, que estava internado em coma há cinco dias no Hospital Jardim Cuiabá, na Capital.

 

 

De acordo com o coronel Alessandro Borges Ferreira, o inquérito policial instaurado para apurar o caso, terá total imparcialidade e transparência, na finalidade de apurar a verdade dos fatos. No entanto, a defesa da família representada na figura do advogado Júlio César – especialista em Direito Militar e Trabalhista – disse que irá acompanhar de perto o trabalho investigativo, para que a Justiça seja feita.

 

Uma promoção da bombeiro Ledur está programada para acontecer nos próximos dias, mas nada foi confirmado ofialmente até o fechamento desta edição.

 

 

Posicionamento da família

 

 

A família do aluno do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT), Rodrigo Claro, 21 anos, que morreu nesta madrugada (16) irá acionar a Justiça para investigar as causas da morte do oficial. Relatos apontam que o jovem havia passado mal após ter participado de uma aula prática, realizada na Lagoa Trevisan (região do Coxipó), em Cuiabá.

 

 

(Foto: Internet)

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Segundo o advogado da família, especialista em Direito Militar e Trabalhista, Júlio César Lopes, “pelos depoimentos das pessoas que estavam no local e alguns alunos já comentaram, existe um indício muito grande de ter ocorrido um excesso de treinamento muito semelhante a tortura. Existe indícios em tese de crime, então a família me procurou justamente para verificar isso, porque a morte dele não pode permanecer em vão”, afirma.

 

 

Em entrevista exclusiva ao Única News, o advogado relatou todo o histórico do fato baseado nas versões das testemunhas.

 

 

Nós ainda não temos depoimentos oficiais, mas o que nós sabemos é que estavam num treinamento na Lagoa Trevisan. Ele em treinamento entrou em exaustão, passou mal e ao invés de pegá-lo e encaminhá-lo ao hospital liberaram ele para ir de moto para o primeiro batalhão. Ele saiu de lá de moto, foi até o primeiro batalhão e de lá foi encaminhado para a policlínica e da policlínica ele piorou a situação de saúde e foi para o Jardim Cuiabá, encaminhado pela própria família, porque a família tinha plano de saúde”, contou.

 

 

De acordo com a defesa, o principal objetivo agora é o recolhimento de provas para anexar junto à Justiça a responsabilização do caso, porque essa não teria sido a primeira vez que um caso desta natureza acontece.

 

 

 “A principal preocupação nossa é essa: colher as informações do que realmente aconteceu e buscar a responsabilização dessa pessoa, porque a morte dele não pode permanecer em vão. Ainda mais que não é o primeiro caso que acontece dentro da instituição. Recentemente nos tivemos um caso de afogamento no Manso. Então assim, a gente não quer ser imprudente de falar que realmente houve um homicídio, porque não temos provas disso”, afirma.

 

(Foto: Internet)

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Advogado Júlio César, especialista em Direito Militar e Trabalhista

Questionado pela reportagem sobre uma conversa de WhatsApp que teria sido exposta na mídia, o advogado compara o relato como procedimento usado no Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em que diz que o aluno está “prometido para Cristo”.

 

 

Você já assistiu o Bope?! Sabe aquela parte em que fala que está ‘prometido pra Cristo?!’ Tudo nos indica que aconteceu isso com ele, a gente não pode falar abertamente porque não temos provas, mas ao que tudo parece foi isso. Ele já tinha um certo temor, já sabia alguma coisa, que iriam pegar no pé dele, por isso que ele mandou aquela mensagem. Mas assim: é muito recente pra gente falar qualquer coisa”, comenta.

 

 

Em entrevista à uma emissora de televisão, a mãe de Rodrigo informou que o filho estava pensando em desistir do curso, por causa do pânico causado por uma tenente, que segundo ele já o teria “prometido”. O advogado explica que, caso a suspeita seja comprovada, possivelmente será aberto um inquérito junto ao MPE ou uma sindicância, por parte da Instituição Pública para averiguar o suposto crime.

 

 

A nossa preocupação é a responsabilização criminal para a pessoa responder criminalmente por isso, por homicídio ou lesão corporal seguida de morte, não sei ainda, mas aí é o Ministério Público que vai verificar, mas se realmente aconteceu algum excesso que ela responda criminalmente por isso. É a única coisa que resta a família, porque o bem mais preciso que era o filho já foi. E que não aconteça com o filho de mais ninguém”, pontua.

 

 

Sobre o relato dos amigos de Rodrigo, Lopes informou que não chegou a conversar pessoalmente, mas teve acesso à áudios e outros detalhes.

 

 

Não cheguei a falar pessoalmente com eles, mas tive acesso à áudios, conversas de WhatsApp e agora vamos estar atuando direto no Ministério Público para que o processo já dê andamento, porque vai ser aberto ou uma sindicância de indícios de transgressão disciplinar ou inquérito policial se houver indícios de crime. Aí esse inquérito é aberto pela própria corporação, que apura ou faz a oitiva é o próprio Corpo de Bombeiros”, explica.

 

Outro lado

 

Veja na íntegra a nota do Corpo de Bombeiros:

 

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do aluno do 16º Curso de Formação de Soldados, Rodrigo Claro.

 


De acordo com laudo preliminar da Politec, a causa da morte é indefinida e um novo laudo será emitido no prazo de 15 dias.

 


O velório acontecerá em Cuiabá, no 1º Batalhão de Bombeiros Militar, das 14h às 16h30. Em seguida o corpo segue para Tangará da Serra, onde será velado até às 7h, do dia 17.11. E por fim, será levado para Sinop, onde ocorrerá o sepultamento.

 


A Corporação já designou um Coronel como encarregado do Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos, permitindo assim que não paire qualquer dúvida sobre os acontecimentos.

 


O Corpo de Bombeiros Militar está prestando todo o apoio à família do militar para as providências necessárias do translado, velório e sepultamento.

 


Qualquer fato novo sobre o caso será divulgado pela Corporação.

 

 

 

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