Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍCIA Quinta-feira, 14 de Junho de 2018, 08:12 - A | A

14 de Junho de 2018, 08h:12 - A | A

POLÍCIA / JUSTIÇA ACATOU

Com denúncia do MPE, índia presa por enterrar bisneta viva vira ré

Claryssa Amorim



(Foto: PJC)

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A Justiça de Mato Grosso acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e a índia Kutsamin Kamayura, de 57 anos, que enterrou viva a bisneta, Analu Paluni Kamayaura Trumai, após o nascimento, se torna ré no processo. Segundo o Ministério Público, a bisavó teve intenção de matar a bebê, pois teria planejado o crime, em Canarana (a 838 km de Cuiabá) e que ao enterrar a recém-nascida, ela tentou matá-la asfixiada e com impossibilidade de defesa. 

 

A bisavó e a avó da bebê,Tapoalu Kamayura, de 33 anos, cavaram uma cova de 50 centímentros nos fundos da residência, no dia 5 de junho, para enterrar a criança. A mãe da recém-nascida, Maialla Paluni Kamayaura Trumai, de 15 anos, deu à luz por volta de 12h. Depois de cortar o cordão umbilical, a bisavó enrolou a recém-nascida em um pano e a enterrou no quintal. A bisavó foi presa no dia 6 de junho.  

 

A criança ficou sete horas enterrada e foi inicialmente internada no Hospital Regional de Água Boa (a 736 km de Cuiabá). A transferência do município de Água Boa para a capital, foi por meio de UTI aérea, com helicóptero do governo de Mato Grosso.

 

Na segunda-feira (11), O pedido da Funai de revogação da prisão preventiva de Kutsamin foi negado pela Justiça de Mato Grosso. A decisão é do juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara Criminal e Cível do município, sendo o mesmo responsável que decretou a prisão da indígena.

 

Após investigações da Polícia Civil, a avó Tapoalu também foi presa no dia 8 de junho, suspeita de participar da ação criminosa. Segundo testemunhas relataram à polícia, Tapoalu dava para a sua filha, Maialla Paluni Kamayaura Trumai, de 15 anos, chás abortivos durante toda a gestação. 

 

O juiz negou também a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. No entanto, autorizou a prisão especial a Kutsamin, por ser índia. Ela está presa em uma unidade da Fundação Nacional do índio (Funai), em Gaúcha do Norte (a 595 km de Cuiabá). 

 

"A continuidade das investigações tem revelado um provável "animus necandi" por parte de Kutsamin Kamayura e mesmo o provável envolvimento de Topoalu Kamayura, inclusive com sinais de que o aborto era algo querido e desejado por ambas", diz trecho da decião.

 

Ao citar "animus necandi" na decisão, o juiz reiterou a "intenção de matar", principalmente da bisavó que planejou a morte da menina. A bisavó, Kutz Amin foi presa em flagrante no mesmo dia do crime, no município. 

 

O caso

 

(Foto: Polícia Militar)

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Analu foi enterrada viva com menos de 24 horas de vida e resgatada após 7 horas de baixo da terra, na última terça-feira (4), em Canarana. A bebê vem de família indígena. A polícia informou que recebeu denúncia anônina de que a família teria enterrada viva uma bebê. A família é da etnia de uma das 19 que vivem no Parque Nacional do Xingu. 

 

A família indígena ainda relatou o que teria feito à polícia quando chegaram dizendo que havia enrolada a bebê em um pano e enterrou acreditando que estava morta. Ao dar à luz no banheiro, por volta de 12h, a mãe não teria conseguido segurar o bebê e ela caiu no chão. Com isso, a mãe acreditou que a criança teria morrido. 

 

Saúde da Analu

 

Conforme a diretoria da Santa Casa, a criança teve uma piora no quadro clínico e segue internada em estado grave, na Unidade Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da unidade hospitalar em Cuiabá.  

 

A direção do hospital informou ao site Única News, nesta quarta-feira (13), que a bebê apesar da gravidade, está com um quadro estável. Mas continua com insuficiência renal aguda e fazendo diálise. 

 

A recém-nascida passou por uma cirurgia na sexta-feira (8), para passagem de cateter, para fazer diálise peritonial, após apresentar um quadro de insuficiência renal. Ela foi transferida para a Santa Casa na noite da última quarta-feira (6), onde foi diagnosticada com insuficiência renal e por isso começou a fazer tratamento de diálise, já que os rins não estariam funcionando.  

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