Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Sexta-feira, 19 de Janeiro de 2024, 15:31 - A | A

19 de Janeiro de 2024, 15h:31 - A | A

POLÍCIA / CASO MAYLA MARTINS

Amiga diz que transexual mandou foto da placa do carro de empresário horas antes de morrer

Segundo as investigações, autor do crime deu versões diferentes sobre a morte de Mayla, com quem ele vinha mantendo encontros frequentes na ausência da esposa.

Ari Miranda
Única News



Reprodução

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O empresário Jorlan Cristiano Ferreira e a vítima, Mayla Martins.

Uma transexual, identificada pelo nome de Rebeca, amiga da jovem trans Mayla Rafaela Martins (22), morta à facadas na última terça-feira (16), em Lucas do Rio Verde (332 km de Cuiabá), afirmou que a vítima teria pressentido sua morte e decidiu mandar para uma colega, horas antes de seu desaparecimento, a foto da placa do carro do assassino, o comerciante Jorlan Cristiano Ferreira (44).

Conforme Rebeca, Mayla era moradora de Várzea Grande e ia com frequência a Lucas do Rio Verde, onde atuava como garota de programa e juntava dinheiro para ajudar as irmãs e também realizar o sonho de ir morar em outro país. Segundo a amiga, a jovem teria perdido a mãe recentemente.

Jorlan foi preso no final da tarde da última terça-feira (16) em sua residência, no bairro Bandeirantes, local onde aconteceu o crime, horas após o corpo de Mayla ser encontrado por trabalhadores em uma área rural da cidade, as margens da rodovia MT-485. Aos policias, o empresário confessou a autoria do assassinato.

Ao delegado João Antônio Batista Ribeiro Torres, responsável pelo caso, o comerciante alegou que conheceu a vítima à época da inauguração de sua lanchonete, ocasião em que a transexual teria supostamente cometido um roubo no local.

Já no dia do crime, o suspeito, que é casado e pai de uma menina, aproveitou a ausência da esposa e convidou Mayla para ir até sua casa para um programa sexual, após vê-la perto de uma van. Lá, segundo ele, a vítima pediu uma cerveja e exigiu R$ 1 mil para não fazer escândalo ou chamar a polícia.

Durante os depoimentos, Jorlan apresentou uma linha do tempo confusa sobre os fatos que envolvem o crime, incluindo contradições. Em uma das primeiras versões, o suspeito relatou que matou a jovem após um confronto iniciado por Mayla com uma faca, ocasião em que ele conseguiu imobilizá-la com um golpe conhecido como "mata-leão" e, em seguida, a esfaqueou.

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Em outra, o empresário falou sobre a existência de uma relação conturbada entre ele e a transexual, com quem ele começou a manter encontros sexuais frequentes durante a ausência da esposa, que estava em viagem há aproximadamente 1 mês.

Na ausência da esposa, Jorlan passou a contratar Mayla para encontros sexuais e, fato que foi confirmado por pessoas próximas a jovem. Testemunhas afirmaram que a briga entre suspeito e vítima se deu devido ao fato da transexual ter manifestado o desejo de retornar a Várzea Grande. Decisão que, segundo relatos, não foi bem aceita pelo empresário, que passou a fazer ameaças a ela.

Ao ser questionado sobre relatos de um vizinho, que afirmou ter ouvido a briga, Jorlan se contradisse mais uma vez, ao detalhar que, antes de imobilizar Mayla, havia corrido para pegar outra faca. Ele descreveu o ataque final, afirmando ter sufocado a vítima até a morte.

Reprodução

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Corpo de Mayla Martins foi encontrado por trabalhadores em uma área rural.

O CRIME

Após matar a jovem dentro de uma piscina de plástico, o suspeito enrolou o corpo de Mayla na lona da própria piscina e o colocou em seu veículo, desovando posteriormente o cadáver em uma área rural, na localidade conhecida como “Estrada do Morocó”.

O cadáver foi encontrado no início da tarde por funcionários de uma propriedade rural, que estavam fazendo um plantio de soja, quando avistaram a lona plástica no terreno a ser plantado.

Ao se aproximarem para remover o objeto, os trabalhadores avistaram o corpo da jovem e acionaram a polícia.

O corpo de Mayla Martins foi transladado para Várzea Grande, onde foi velado e sepultado nesta sexta-feira (19).

ESPOSA LAMENTOU FATO

Em nota publicada nas redes sociais, a esposa do comerciante, identificada como Marcia, lamentou o crime e expressou solidariedade com o momento de tristeza de familiares e amigos da transexual.

Além disso, a mulher informou que estava fora da cidade há cerca de 1 mês junto com a filha do casal, afirmando ainda que a lanchonete do casal ficará com o atendimento ao público suspenso por tempo indeterminado.

“É com pesar que nesse momento de muita tristeza, eu, Marcia, proprietária desse estabelecimento, me solidarizo com a família e amigos da jovem nesse momento de dor e tristeza", disse na publicação.

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