Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2022, 18:06 - A | A

31 de Janeiro de 2022, 18h:06 - A | A

JUDICIÁRIO / MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA

Justiça nega liberdade a chefe do CV e outros 7 réus investigados em operação

Thays Amorim
Única News



A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado, negou liberdade e manteve a prisão de um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho, Janderson dos Santos Lopes, dentre outros sete réus investigados na Operação Red Money. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (31).

Além de Janderson, são alvos da decisão Demis Mendes, Paulo Ricardo, Wambastter Olliom, Ulisses Batista, Jonas Souza, Fábio Aparecido e Francisco Soares.

A defesa de Demis pediu a revogação da prisão preventiva apontando que o réu integra o grupo de risco da Covid-19, com atestado médico de hipertensão. Entretanto, o Ministério Público Estadual (MPE) se manifestou contra o pedido, afirmando que existem elementos para a prisão.

Para o MPE, o réu não possui os requisitos previstos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para cumprir a prisão domiciliar.

Os réus investigados no âmbito da operação atuavam na arrecadação e movimentação financeira do Comando Vermelho em Mato Grosso. Também são alvos da ação Paulo Witer Farias Paelo e Deikson Conceição, que se encontram em liberdade por decisão judicial.

Em relação a Janderson, que também é conhecido como "cowboy", possui liderança na organização criminosa, na movimentação do tráfico de drogas dentro e fora da Penitenciária Central do Estado. Sua esposa, Michele Rogéria Delfino, em tese, seria o seu "braço direito" nas atividades criminosas e movimentou mais de R$ 1,5 milhão em suas contas bancárias.

Demis, popularmente conhecido por "Fusca", também possuía posição de liderança, sendo o responsável pelos cadastros e pelas taxas cobradas para o funcionamento das bocas de fumo.

Francisco Soares, outro réu na ação, seria um dos líderes do núcleo financeiro do Comando Vermelho, tendo movimentado uma quantia superior a R$ 5,3 milhões, exercendo comando fora do presídio por meio da sua esposa, Bruna Cristina.

Para a juíza, o fato de os acusados terem envolvimento com a facção justifica a prisão, considerando os réus um perigo à sociedade.

"Com efeito, o envolvimento dos acusados com a engenhosa Organização Criminosa, ora tratada, já é impedimento à soltura, porquanto é colocar em risco a sociedade, a credibilidade do Poder Judiciário e, pior ainda, é estimular a prática de delitos da mesma natureza. Sendo necessário, nesses casos, agir com maior rigor, a fim de estacar as condutas criminosas, em tese, praticada", afirmou, em trecho da determinação.

"Outrossim, diante do perigo gerado pelo estado de liberdade dos acusados, os mesmos devem ser mantidos presos cautelarmente, a fim de evitar a prática de novos crimes em favor da Organização Criminosa da qual, em tese, fazem parte", completou.

Em relação ao pedido de liberdade de Demis, sob a alegação de que seria grupo de risco, a magistrada afirmou que a pandemia "não pode ser usada como 'desculpa' para soltar presos" que possuem envolvimento de uma "complexa, estrutura e perigosa organização criminosa".

A Operação

A Polícia Judiciária Civil (PJC) indiciou 113 pessoas envolvidas com a facção criminosa, investigadas no âmbito da Operação Red Money. A investigação teve início em agosto de 2018, e o indiciamento ocorreu em outubro do mesmo ano.

Para conclusão da investigação foram produzidos diversos relatórios, perícias e documentos diversos arrecadados na investigação, juntados aos autos do inquérito que tem 30 volumes com cerca de 6000 páginas, entre os autos principais e apensos. Somente o relatório final tem 388 páginas. Junto ao inquérito segue também ao Fórum de Cuiabá produtos apreendidos, como as joias.

Os criminosos investigados na operação eram responsáveis pela arrecadação financeira e movimentação de valores pertencentes à facção criminosa. A movimentação financeira da organização criminosa, no período de um ano e meio, chegou a cerca de R$ 52 milhões, entre entradas e saídas nas contas bancárias verificadas.

Pertencentes ao núcleo de movimentação financeira, 25 integrantes foram indiciados. A Operação Red Money, demonstrou que dezenas de contas bancárias foram utilizadas para movimentação do dinheiro ilícito arrecadado pela facção criminosa. Geralmente, as contas eram pertencentes a familiares e pessoas próximas aos líderes do esquema, todos já condenados e presos na Penitenciária Central do Estado.

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