Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 17 de Abril de 2024, 13:15 - A | A

17 de Abril de 2024, 13h:15 - A | A

JUDICIÁRIO / ASSASSINOS EM SÉRIE

Juiz manda internar menores que assassinaram motoristas de aplicativo em Várzea Grande

Vara da Infância e Juventude de Várzea Grande cobrou urgência a SESP na disponibilização de vagas em unidade do socioeducativo

Ari Miranda
Única News



O juiz Tiago Souza Nogueira Abreu, da Vara Especializada da Infância e Juventude de Várzea Grande, decretou a internação provisória dos adolescentes E.G.M.L (15) e L.P.S (17), que juntamente com Lucas Ferreira da Silva (20), mataram os motoristas de aplicativo Márcio Rogério Carneiro (34), Elizeu Rosa Coelho (58) e Nilson Nogueira (42) entre quinta-feira (11) e domingo (15), na região metropolitana de Cuiabá.

A decisão foi deferida na noite dessa terça-feira (16), embasada nos artigos 106 e 108 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O magistrado expediu ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) solicitando urgência na disponibilização de vagas para internação dos dois menores de idade.

A audiência de apresentação da dupla infratora só será marcada quando houver resposta da Sesp ao pedido do Judiciário, sobre a disponibilidade de vagas para a internação provisória de ambos. O caso tramita em sigilo, conforme previsto pelo Estatuto da Criança.

Na tarde desta terça-feira (16) Lucas Ferreira da Silva, único adulto do trio que matou os motoristas de aplicativo, teve sua prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pelo juiz Abel Balbino Guimarães, da 5ª Vara Criminal de Várzea Grande.

OS CRIMES

O trio criminoso foi localizado e detido na noite de segunda-feira (15), suspeitos de sequestrar e matar os motoristas de aplicativo.

O delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, disse que um dos adolescentes detidos disse em depoimento que decidiu matar as vítimas para se vingar da morte do irmão. Um dos motoristas, Elizeu, chegou a implorar por sua vida, mas o adolescente mesmo assim matou a vítima.

“A princípio, o objetivo era só o roubo. Porém um desses indivíduos, um dos menores, ele no passado, em um assalto junto com um irmão, a vítima reagiu, o irmão dele morreu e ele levou um tiro na barriga. Ele informou que, de certa forma, queria se vingar. Queria que os bandidos também ganhassem”, contou.

ASSASSINOS EM SÉRIE

Nilson Farias revelou ainda que, no primeiro crime, os três suspeitos pegaram gosto por matar e começaram a “matar por prazer”, alegando ainda que continuariam matando motoristas de aplicativo se não tivessem sido presos.

“Foi uma espécie de compulsão. Como eles fizeram o primeiro caso, deu certo. E passaram a fazer novamente. (...) Um grupo de pessoas que pratica homicídio de forma reiterada e toma o prazer na prática desse homicídio não podem ser tratados como pessoas normais”, disse o delegado.

“Se não tivessem sido localizados [e presos] pela diligência da Delegacia de Homicídios, talvez [eles] iriam fazer mais vítimas, porque é um comportamento progressivo, onde esses indivíduos ‘pegaram gosto’ por matar motoristas de aplicativo”, completou.

Reprodução/Internet

DELEGADO NILSON FARIAS.jpg

O delegado de Polícia Civil, Nilson Farias.

VÍTIMAS ALEATÓRIAS

Segundo o delegado, os criminosos escolheram os três homens aleatoriamente, utilizando o celular de uma mulher conhecida deles, para chamar a corrida e atrair as vítimas para uma cilada. Esta mulher está foragida.

FRIEZA DO TRIO CHOCOU ATÉ A POLÍCIA

Visivelmente abalado e chocado com a situação, quando questionado sobre o fato do envolvimento de dois menores de idade e um criminoso reincidente na prática de latrocínio, o delegado Nilson Farias lamentou não existir pena de morte ou prisão perpétua para criminosos no Brasil.

“É uma pena que não existe pena de morte no nosso país. Nós [da Polícia Civil] temos que seguir a lei, mas espero que eles fiquem presos o máximo de tempos possível”, lamentou.

“Sabemos que, no caso dos menores, infelizmente, a legislação acaba sendo muito vulnerável, porque [eles vão pegar] no máximo, três anos de reclusão. Porém, no caso do maior, espero que ele realmente seja condenado”, pontuou.

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