Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Terça-feira, 23 de Janeiro de 2024, 17:52 - A | A

23 de Janeiro de 2024, 17h:52 - A | A

JUDICIÁRIO / CASO ZAMPIERI

Defesa diz que DHPP cometeu “grave equívoco” ao prender empresária

Advogado de Maria Angélica Gontijo voltou a afirmar que cliente não tem nenhum envolvimento na morte do jurista, morto com 10 tiros em dezembro do ano passado.

Ari Miranda
Única News



Reprodução/CBN Cuiabá

Eustáquio Neto / Cleiton Antunes

Os advogados criminalistas Cleiton Antunes e Eustáquio Neto. No detalhe, a empresária Maria Angélica Gontijo.

A defesa de Maria Angélica Caixeta Gontijo (40), suspeita ser a mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri (56), voltou a sustentar o discurso de inocência da empresária e afirmou que a Polícia Civil se precipitou ao prendê-la por suposta participação no crime, sem ter provas disso.

Maria Angélica foi presa no dia 20 de dezembro na cidade de Patos de Minas, interior de Minas Gerais, e estava na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto ‘May’, em Cuiabá. Ela ganhou a liberdade na última sexta-feira (19), mediante o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares, como permanência em Mato Grosso e suspensão do seu registro de Colecionadora, Atiradora Desportiva e Caçadora (CAC).

Em entrevista à rádio CBN Cuiabá, o advogado criminalista Eustáquio Neto parabenizou o trabalho da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá no empenho em desvendar os mistérios em torno da morte de Zampieri, mas afirmou que a epecializada cometeu um "grave equívoco" ao citar a empresária no processo.

“A DHPP tem feito um excelente trabalho. Queremos render a nossa admiração à rapidez e eficiência em relação aos atiradores. Conseguiram prendê-los em um tempo muito curto. Porém, com o máximo respeito, acreditamos que em relação a Maria Angélica houve um grave equívoco”, avaliou o criminalista.

Eustáquio disse que sua cliente não teve nenhum envolvimento com a morte de Zampieri e sequer conhecia os outros envolvidos no crime.

“A senhora Maria Angélica não conhece e nunca teve qualquer contato com nenhum dos outros três. Nem com o atirador [Antonio Gomes], nem com o Hedilerson Barbosa [intermediador do crime] e muito menos com o Coronel Caçadini. Não conhece nem de vista”, garantiu.

Conforme o jurista, à época da prisão, a Polícia Civil tinha apenas alguns indícios isolados que, segundo ele, não eram suficientes para comprovar a ligação da empresária mineira ao crime em Cuiabá.

“Um erro mesmo. O trabalho da Polícia foi muito eficiente e, talvez, eles se precipitaram um pouco em achar que a Maria Angélica pudesse ser a mandante do crime. O que eles tinham àquela altura era o fato dela ter tido um desentendimento com o advogado Roberto Zampieri”, enfatizou.

“Um erro mesmo. O trabalho da Polícia foi muito eficiente e, talvez, eles se precipitaram um pouco em achar que a Maria Angélica pudesse ser a mandante do crime.

“A gente demonstrou que o fato dela morar no mesmo Estado do pistoleiro [Antonio], do comparsa e até do próprio coronel Caçadini, não na mesma cidade, isso por si só não daria margem para ‘linkar’ ela diretamente a esse crime”, completou o advogado.

Para Eustáquio Neto, com a prisão do coronel Caçadini, apontado como financiador da morte de Roberto Zampieri, em breve o “verdadeiro mandante” será preso, garantindo que assim que o caso tiver novos desdobramentos, a defesa irá solicitar a remoção das cautelares impostas à empresária mineira.

“A gente quer a senhora Maria Angélica possa retomar aos poucos a sua vida normal, já que ela ficou presa 30 dias injustamente por um crime que ela não tem nenhum envolvimento”, afirmou.

Roberto foi morto com 10 tiros na noite de 5 de dezembro do ano passado, no momento em que saía de seu escritório, no Bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Continuam presos o coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado como financiador do crime; Antônio Gomes da Silva, executor do advogado que confessou a participação no crime; e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o contato entre mandante e pistoleiro e ceder ao atirador a arma utilizada no assassinato.

HOMEM APONTADO COMO MANDANTE

No dia da saída de Maria Angélica da prisão, o advogado Cleiton Antunes disse que “a justiça foi feita” à cliente, uma vez que é impossível ligar a empresária ao crime.

“Em momento algum, em todas as fases, não tem envolvimento nenhum. Não tem como ligar [ela ao crime]. Tanto é que o atirador fala que [o verdadeiro mandante] é um homem que tem sotaque do sul, seja italiano, seja gaúcho, não sei”, disse.

Antunes disse acreditar na competência dos delegados e investigadores da DHPP de Cuiabá, ratificando que acredita na prisão do verdadeiro mandante.
“Acredito no trabalho da Polícia Civil do estado de Mato Grosso e que em breve teremos novas prisões do verdadeiro mandante”, disse.

Reprodução

ANTONIO GOMES - ATIRADOR ZAMPIERI.jpg

O atirador Antonio Gomes da Silva, apontado como executor do advogado Roberto Zampieri.

PISTOLEIRO NÃO CONHECE EMPRESÁRIA

O pedreiro Antônio Gomes da Silva, Apontado como o executor do advogado em Cuiabá, disse em depoimento gravado à Polícia Civil que não conhece Maria Angélica. Contudo, afirmou que conhecia o coronel da reserva do Exército Brasileiro (EB), Etevaldo Caçadini Vargas, preso no dia 15 deste mês, na capital mineira.

"O meu conhecimento é desse coronel [Etevaldo] mesmo, e eu não tenho telefone dele. A informação que era passada para mim vinha do [Hedilerson] Barbosa", disse o atirador.

Questionado sobre quem teria o contratado para matar Zampieri, Antonio não soube informar quem seria a pessoa, informando apenas que o instrutor de tiro Hedilerson Fialho Barbosa, intermediador que o contratou para executar o jurista, só disse que a motivação do crime era uma disputa de terras.

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