Cuiabá, 07 de Maio de 2024

CIDADES Sábado, 05 de Março de 2022, 11:21 - A | A

05 de Março de 2022, 11h:21 - A | A

CIDADES / PRAÇA RACHID JAUDY

Mulheres protestam contra estupro em Cuiabá e cobram vereadores

Única News
Da Redação



Mulheres de vários coletivos de Cuiabá realizaram na quinta-feira (03) manifestações na Praça Rachid Jaudy, em Cuiabá, para protestar contra o estupro de uma menina de 14 anos, que ocorreu no início de fevereiro, em um prédio abandonado. O local funcionava como um Centro de Atendimento aos Turistas na época da Copa do Mundo, em 2014. 

Segundo as lideranças, um ofício será encaminhado na próxima semana à Câmara Municipal para que os veredores se juntem ao pedido de revitalização do local. 

Unidas pela extrema indignação, estas mulheres, algumas delas reiteradas vezes vítimas de agressões masculinas, reforçaram o pedido por segurança e revitalização do espaço, após oficiarem pedido à Prefeitura de Cuiabá para que tomasse providências diante da gravidade dos fatos ocorrido no local.

Coordenadora da manifestação, a expert em Inteligência Digital e suplente de vereadora, Maysa Leão(Cidadania), lembrou dos ofícios já enviados à Câmara de Vereadores, relatando o descaso público, ao asseverar que outro ofício será entregue na próxima semana à Casa de Leis.

"Agora os vereadores vão receber o nosso. Porque a gente cobra do prefeito, já que a responsabilidade é dele, mas nada é feito. Contudo, é necessário lembrar que quem monitora o Executivo, é a Câmara de Vereadores. Assim, os parlamentares deveriam, como nós, estar aqui. E não vimos qualquer movimentação neste sentido de nenhum vereador desta legislatura", apontou.

De acordo com a Polícia Militar, a adolescente foi abordada por dois homens quando voltava de um curso de informática, às 15 horas, e levada para o prédio abandonado onde foi estuprada. No local, ainda em fevereiro, uma segunda mulher, de 41 anos, também foi vítima de um estupro. 

LEIA MAIS: Juiz mantém prisão de homem que estuprou menor e mulher em Cuiabá; suspeito negou os crimes

Maysa ainda não descartou a possibilidade dos coletivos ligados à luta pelo fim da violência contra a mulher irem em peso ao Ministério Público Estadual (MPE), denunciar os crimes ocorridos na Rachid Jaudy, bem no centro da cidade, como forma de buscar amparo legal e, claro, uma resposta mas eficaz ao problema.

"Quando a gente fala de responsabilidade do poder público, obviamente, a gente não descarta o Ministério Público estadual, enquanto órgão de fiscalização e controle. Eles sabem da existência deste descaso com a Praça Rachid Jaudy, em Cuiabá. Da falta de segurança. Dos estupros que têm ocorrido aqui, pois esse lugar está abandonado não é de hoje".

Ainda assegurando que após ofícios, pedidos, protestos e, sobretudo, matérias e vídeos nas redes sociais que alcançaram a marca de 75 mil visualizações e 1.200 compartilhamentos, a Prefeitura de Cuiabá terá, sim, que resolver o problema.

Outra liderança feminina, Vastir Maciel da Silva, do Grupo Justiceiras-Mato Grosso, igualmente, reforçou sobre a necessidade de que haja mais segurança no espaço como forma de colocar fim aos crimes que vem ocorrendo no local.

Lembrando que os coletivos receberam informação muito vaga da prefeitura, por meio da assessoria, de que 'haveriam outras prioridades, outras praças para serem inauguradas e que somente após estes eventos que a Praça Rachid Jaudy receberia a assistência necessária'.

A psicóloga e musicista, Vera Capilé - que faz parte dos coletivos Até Quando? e Movimento Conecta 21 -, viu a manifestação desta última quinta, como um grito de alerta. Para ela, quando as mulheres se unem em sua indignação, é dever do poder público ouvi-las. Ao lembrar que a Rachid Jaudy é uma das praças mais tradicionais da capital. "Uma praça como essa, tem que oferecer lazer, pois ela é um marco. Então mais uma vez estamos aqui pedindo que as pessoas olhem essa ferida bem no meio da cidade".

Já a empresária Flávia Costa, da Web Flávia, e fundadora do Grupo Até Quando?, acredita que participar da manifestação  é, sobretudo, representar 'muitas mulheres que não podem se mostrar, que não podem dar as caras ou ainda que não puderam estar no local, mostrando que é possível realizar mudanças e quebrar o silêncio'.

Para a médica Natasha Slhessarenko, estas manifestações têm o poder de criar uma rede de proteção. Relembrando que como pediatra, atendeu meninas e mulheres vítimas de violência, no Hospital Júlio Muller, e pode ver as sequelas que estas agressões deixaram nas vidas delas.

Participaram da manifestação na Praça Rachid Jaudy mulheres dos coletivos - Grupo Mulheres do Brasil, Ampara Elas, Justiceiras, Lírios, Conecta 21, Mulheres Até Quando -, além de médica, advogadas, publicitárias, defensoras, jornalistas, representantes da Delegacia da Mulher, do Movimento LGBTQI+, membros da Associação dos Pacientes Oncológicos(Apoc) e mesmo mulheres que já foram alvos de algum tipo de agressão.

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