Cuiabá, 26 de Abril de 2024

CIDADES Terça-feira, 28 de Novembro de 2017, 17:25 - A | A

28 de Novembro de 2017, 17h:25 - A | A

CIDADES / ALMA DE ARTISTA

Em Nu, Helena Werneck transpira poesia

Da Redação



(Foto: Assessoria)

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Helena Werneck lança nesta terça-feira (28), às 19 horas, no Sesc Arsenal, o livro “Nu”. Ela é a mais jovem poeta mato-grossense premiada no 2º Prêmio Mato Grosso de Literatura, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso.

 

O livro, premiado na categoria “Revelação” e publicado pela Entrelinhas Editora, reúne 70 poemas escritos em poucos meses quando Helena tinha apenas 16 anos. Agora aos 17, sob as pressões próprias da idade, está lançando o seu primeiro livro.

 

A paixão pela literatura surge na vida da jovem autora ainda criança. Desde que aprendeu a ler e escrever demonstra amor pelos livros e justamente na adolescência, o desejo de escrever poesias aflorou. E ela o faz em qualquer momento e lugar – no ponto de ônibus, andando pela rua, antes de dormir...

 

“Minha mãe lia para mim desde criança. Isso me levou ao gosto pela literatura e poesia bem cedo. Eu sempre escrevi muito... e aí chegou um momento em que percebi que eu gostava muito mais de escrever poesia do que das outras coisas... a poesia traduz momentos que vivi.”

 

O livro é apresentado pela prestigiada poeta Lucinda Persona e surge como uma revelação no cenário literário mato-grossense. 

 

Para Lucinda “as elaborações de Helena provocam, a cada trecho, um pausado espanto, pela adolescência dos tons ao lado de uma maturidade afetiva angustiada. Seria o caso de se dizer que na claridade juvenil perpassa a sombra da angústia.” E acrescenta: “Esse legado de emoções da juventude e assuntos associados à vida comum da poeta traz à baila combinações de muito fôlego, elaborações sérias, divertidas, ternas e dramáticas.” Lucinda considera que Helena “chega para remoçar o entusiasmo de que tanto necessitamos. Que ela fique/permaneça desvelando novos sonhos no território sempre novo da poesia.”

 

(Foto: Assessoria)

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A capa do livro apresenta uma metáfora visual intrigante. Foi ilustrada por uma foto de Ernani Lacerda de Oliveira Junior – uma árvore do cerrado, completamente nua, sem folhas, tendo ao fundo a Via Láctea, no Pantanal Mato-grossense.

 

Helena Werneck nasceu em 4 de maio de 2000, em Cuiabá. Cursa o Ensino Médio no Instituto Federal de Mato Grosso. É vestibulanda e convive com a ansiedade e as angústias da escolha, tão presentes nos jovens de sua geração. Os poemas de Nu foram escritos em 2016, quando vivia os dilemas dos seus 16 anos. 

 

Um lamento da autora: o roubo recente do seu celular, com muitos poemas inéditos que lhe ocorreram em todas as horas de qualquer dia e lugar e estavam gravados apenas na memória do aparelho. “Roubaram parte da minha vida! A pessoa que estava lá, naqueles poemas, já não é mais a mesma. Eu perdi a fase mais obscura da minha poesia.” 

 

Perguntada sobre o futuro: “Nossa! Que pergunta difícil! Me desculpe, mas não consigo responder. Só sei dizer que eu seria muito mais feliz se eu pudesse trabalhar com a Arte... Quando eu tenho que fazer uma coisa de que não gosto é como se o meu corpo pesasse um milhão de toneladas.”

 

Alguns trechos de poemas de Helena Werneck:

 

Sirva-se do caos

Dos sonhos imundos

Sirva-se de mim:

Impura

Pecadora

Livre

Como um pássaro negro

Aquele que adormece em seu telhado

E vigia seus passos [...]

(do poema Jantar)

 

Chorei um mar inteiro por você

Chorei tanto

Que fiquei seca

Como o deserto [...]

(do poema Mudança)

 

Meu corpo soluça

No torpor da solidão

Saudade forte... [...]

(do poema Só)

 

Andei descalça

Pelos espinhos que espalhastes

Porque por ora

Achei

Que aquela dor

Me levaria a você [...]

(do poema Espinhos)

 

Rir é o subterfúgio dos tristes

A transparência dos inocentes

A certeza dos felizes

A incerteza dos efêmeros. [...]

(do poema Riso)

 

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