Por Gerson Camarotti
De forma reservada, integrantes do governo consideram que a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central (BC) foi uma espécie de saída honrosa para o então presidente do órgão, o auditor fiscal Roberto Leonel, indicado para o cargo pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Isso porque o argumento original era que, no BC, o novo Coaf seria formado apenas pelo corpo técnico da própria instituição.
Mas não foi isso que aconteceu. Com a edição da medida provisória, a nova Unidade de Inteligência Financeira (UIF) abre a possibilidade de indicações de pessoas de fora da administração pública para cargos de comando. Isso inclusive já acendeu o alerta de especialistas de que dados sigilosos poderão ser acessados por pessoas de fora da carreira.
"Está claro que a intenção era tirar Roberto Leonel do comando do órgão", disse ao blog um auxiliar do governo.
O agora ex-presidente do Coaf virou alvo da família Bolsonaro quando criticou publicamente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender investigações que utilizam dados detalhados do Coaf, da Receita Federal e do Banco Central.
A decisão do Supremo atendeu um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro com base em movimentações financeiras atípicas identificadas pelo Coaf.
Quando o Congresso Nacional decidiu tirar o Coaf do Ministério da Justiça para retornar ao Ministério da Economia, o argumento do governo era de que não haveria mudança nos nomes.
No início do governo, o ministro Sergio Moro decidiu reforçar as estruturas do órgão para ajudar no combate à corrupção e ao crime organizado. Roberto Leonel foi colocado no comando do órgão justamente por ser um homem de confiança do ministro Moro.
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