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VOLTA AO MUNDO Sexta-feira, 01 de Novembro de 2019, 10:05 - A | A

01 de Novembro de 2019, 10h:05 - A | A

VOLTA AO MUNDO / HONG KONG

China anuncia que vai mudar sistema de eleição do chefe executivo

De acordo com a imprensa local, Carrie Lam, a atual chefe, estaria perto de ser destituída, uma informação que o governo de Pequim nega.

Por France Presse



A China anunciou nesta sexta-feira (1) que pretende melhorar o sistema de eleição do chefe do Executivo de Hong Kong, o território semiautônomo que é cenário, há cinco meses, de protesto para exigir mais democracia. Os chineses não apresentaram detalhes.

O governo de Pequim não explicou se a mudança vai no sentido de mais democracia, como exigem os manifestantes, mas advertiu que não toleraria nenhuma atividade que perturbe a paz ou ameace a segurança nacional.

"O regime comunista espera melhorar o mecanismo de seleção e revogação do chefe do Executivo e das principais autoridades de Hong Kong", afirmou Shen Chunyao, alto funcionário do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo chinês, um dia após uma importante reunião política em Pequim.

Um país, dois sistemas graças a sua lei fundamental, Hong Kong, uma ex-colônia britânica devolvida a Pequim em 1997, dispõe de uma grande autonomia e de liberdades que não existem na China continental, como a liberdade de expressão e de manifestação, assim como um sistema de justiça independente.

Mas a região é cenário desde o início de junho de manifestações praticamente diárias, cada vez mais violentas, para denunciar o que se considera uma crescente interferência de Pequim e exigir reformas democráticas.

Os manifestantes reclamam, entre outras coisas, eleições por sufrágio universal direto para o cargo de chefe de Executivo de Hong Kong, atualmente designado por um colégio de 1.200 representantes leais a Pequim.

Segurança nacional

 

Shen Chunyao anunciou que o regime chinês também decidiu "melhorar" o sistema judicial de Hong Kong "para preservar a segurança nacional".

A deputada pró-democracia Claudia Mo afirmou que estas são "palavras ao vento".

"Queremos que uma pessoa seja igual a um voto, sem a interferência de Pequim, ou seja, sem que possam vetar os candidatos considerados indesejáveis", disse à AFP, em referência à invalidação na terça-feira (29) da candidatura de Joshua Wong, uma das figuras mais conhecidas do movimento, que não poderá disputar as próximas eleições locais.

"Estas declarações não têm nada a ver com a democracia", afirmou à AFP o cientista político Willy Lam, da universidade chinesa de Hong Kong.

Ele acredita que Pequim tentará exercer um "controle ainda mais rígido" em Hong Kong para que o próximo líder do território "execute as ordens de maneira mais eficaz que Carrie Lam".

 

Chefe atual é o alvo

 

Lam, eleita em meados de 2017 com 777 votos do colégio eleitoral, se tornou alvo dos protestos.

De acordo com a imprensa local, ela estaria perto de ser destituída, uma informação que o governo de Pequim nega.

Em uma gravação de áudio que vazou em setembro, Lam afirmou que se pudesse renunciaria, mas depois desmentiu a declaração, e o governo chinês reforçou a confiança na chefe do Executivo.

 

Reforçar o patriotismo

 

Os protestos começaram quando Lam apresentou um projeto de lei, depois retirado, que autorizaria as extradições para a China continental.

O governo chinês nega que exista um problema de democracia em Hong Kong e atribui os protestos a um grupo de "amotinados" que seriam manipulados a partir do exterior para obter a independência do território.

"Temos que ensinar à sociedade de Hong Kong, em particular os funcionários e os adolescentes, a Constituição", afirmou Shen, um dia depois de uma reunião a portas fechadas do Partido Comunista Chinês (PCC).

O funcionário chinês também pediu um "reforço da consciência nacional e do patriotismo em Hong Kong com o ensino de história e cultura chinesas".

A quarta sessão plenária do comitê central do PCC reuniu durante quatro dias os 370 funcionários mais poderosos do país.

Em um longo comunicado, o PCC admitiu que o país enfrenta "uma situação complexa, com um aumento significativo dos riscos no interior e no exterior".

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