Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍTICA Quinta-feira, 06 de Fevereiro de 2020, 15:59 - A | A

06 de Fevereiro de 2020, 15h:59 - A | A

POLÍTICA / APOIO A PIVETTA

Selma pode ser expulsa do Podemos por infidelidade partidária e se defende: calhorda

Ana Adélia Jácomo
Única News



A senadora cassada Selma Arruda (Podemos) pode ser expulsa do seu partido menos de cinco meses depois de se filiar, após deixar o PSL sob forte crise interna.

Selma é acusada de infidelidade partidária e teve o pedido de expulsão protocolado por um membro do partido em Mato Grosso, o sociólogo Hélio Silva.

O documento foi apresentado nessa quarta-feira (5) e cita como principais causas entrevistas concedidas à imprensa local, onde Selma declarou apoio à possível candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) à sua sucessão no Senado. O pleito suplementar ocorre em 26 de abril.

“O entusiasmo inicial do partido, como um todo, em todo o território mato-grosensse com a filiação da representada, tem se transformado em uma decepção coletiva, na medida em que seu comportamento, em relação a eleição suplementar que se aproxima, deixa evidente o seu descompromisso com o partido, bem como a sua total indiferença às regras estatutárias e, mais que isso, a sua conduta desleal como o partido que a acolheu, que a valorizou e que festejou o seu ingresso’, diz trecho do documento.

Medeiros afirmou que o Podemos, na verdade, convidou Pivetta para se filiar na sigla com o objetivo de o lançar como candidato a presidente da República em 2022. Para ele, o vice de Mendes tem um excelente perfil executivo

O sociólogo cita ainda um encontro na cidade de Camboriú entre o senador do Podemos Álvaro Dias, o ex-governador Blairo Maggi (PP), amigo do governador Mauro Mendes (DEM) e de Pivetta. “(...) para tratar do apoio do Podemos à futura migração de Pivetta ao Podemos (...) não basta para que o Podemos abandone o seu projeto de candidatura própria para o Senado. Estas embrionárias articulações não podem ser tratadas senão como conjecturas”.

Ocorre que o Podemos indicará um candidato para a eleição ao Senado, trata-se do deputado federal José Medeiros. Em recente entrevista ao Única News, Medeiros afirmou que o Podemos, na verdade, convidou Pivetta para se filiar na sigla com o objetivo de o lançar como candidato a presidente da República em 2022.

Para ele, o vice de Mendes tem um excelente perfil executivo. Ele é megaempresário, ex-prefeito de Lucas do Rio Verde por dois mandatos e ex-deputado estadual.

Contudo, a representação contra Selma afirma: “A circunstância de a representada firmar um compromisso de apoio à candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta, condicionada a sua filiação futura ao Podemos, além de se tratar de um evento futuro e de cumprimento incerto, transborda à sua autonomia, na medida em que não integra o órgão de direção estadual da agremiação”.

O outro lado

A reportagem manteve contato com Selma Arruda. Ela apenas afirmou que “a representação é tão calhorda que prefiro não comentar”. O espaço segue em aberto.

A eleição ao Senado

A corrida para preencher a vaga de Selma Arruda já conta com 23 pré-candidatos. Selma foi cassada por prática de caixa 2 e abuso de poder econômico nas eleições de 2018.

São cotados: o deputado estadual Max Russi (PSB), o deputado federal Neri Geller (PP), o ex-governador Júlio Campos (DEM), o chefe do escritório de representação do estado em Brasília, Carlos Fávaro (PSD), o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), os ex-deputados federais Nilson Leitão (PSDB) e Adilton Sacheti (PRB), a secretária-adjunta do Procon, Gisela Simona (Pros) e o líder na Assembleia Dilmar Dal Bosco (DEM).

Além desses nomes, dentro do MDB, há outros dois sendo avaliados: o do deputado federal Carlos Bezerra e de sua esposa, Teté Bezerra. Consta ainda como pré-candidato o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan.

São citados ainda o deputado federal Leonardo Albuquerque (SD); os deputados estaduais Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Silvio Fávero (PSL); o ex-ministro Blairo Maggi (PP); o ex-senador Cidinho Santos (PL); o ex-governador Pedro Taques (PSDB), o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT), o deputado federal José Medeiros (Podemos), a empresária Margareth Buzetti (PP) e o vereador por Cuiabá, Mário Nadaf (PV).

Dos prazos para eleição suplementar ao Senado

As convenções partidárias devem ocorrer entre 10 e 12 de março. Nas convenções é que o partido político define, junto de todos os filiados, qual será o candidato, se haverá mesmo um candidato ou se a decisão será por apenas apoiar ou coligar.

As agremiações têm até 17 de março para registrar a candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). A partir do dia 18 estão permitidos comícios, panfletagens, carros de som, debates e toda forma de comunicação de rua com o eleitor.

Somente a partir de 23 de março é que o TRE permite a transmissão da propaganda eleitoral na TV, no rádio e na internet, sendo finalizada em 23 de abril, três dias antes do pleito, que ocorre em 26 de abril.

A diplomação do vencedor será até o dia 21 de maio. O cargo de senador é de oito anos e será finalizado em 2026.

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