Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 27 de Maio de 2020, 17:16 - A | A

27 de Maio de 2020, 17h:16 - A | A

POLÍTICA / FISCALIZAÇÃO

Prefeitura denuncia Ulysses Moraes por invadir UTI do Pronto Socorro sem EPIs

Euziany Teodoro
Única News



A Secretaria de Saúde de Cuiabá registrou boletim de ocorrência e pediu abertura de Processo Administrativo contra o deputado estadual Ulysses Moraes (DC), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, devido ao fato de ele ter adentrado as instalações do antigo Pronto Socorro Municipal para fiscalizar as condições de trabalho na unidade, no dia 14 de maio.

Ulysses Moraes decidiu acompanhar um representante do Conselho Regional de Medicina na fiscalização, sem autorização prévia e sem Equipamento de Proteção individual (EPI). Ocorre que o antigo Pronto Socorro é unidade de referência para tratamento da Covid-19 em Cuiabá e, por isso, mantida sob isolamento.

Segundo a narrativa do B.O., o deputado entrou no hospital pela porta dos fundos, se aproveitando de um momento em que o porteiro foi ao banheiro. Quando os funcionários do hospital se deram conta, ele já estava na ala vermelha da unidade, sem qualquer EPI.

“O mesmo entrou pelos fundos, entrada essa que é permitida somente a funcionários do hospital, aproveitando o momento em que o porteiro foi ao banheiro. (Os comunicantes) avistaram os mesmos e comunicaram a diretoria do hospital que o deputado estava na sala vermelha e, ao chegarmos, nos deparamos com as pessoas tirando fotos e conversando com médicos e enfermeiros”, consta no boletim.

A diretoria do hospital entrou em contato com o secretário municipal de Saúde, Luiz Possas de Carvalho, e ele confirmou que não autorizou o deputado a fiscalizar. O deputado foi comunicado de que não poderia acompanhar a fiscalização do CRM e que deveria se retirar do hospital. Nesse momento, alegou que não sairia e que, caso não atendessem seu pedido, “levaria todos para a delegacia”.

Em seguida, de acordo com o boletim de ocorrência, Ulysses teria dado as costas e entrado na UTI 3, sem qualquer EPI, mesmo ciente de que naquele ambiente havia paciente internado com Covid-19 positivo. O deputado foi advertido por diversas vezes de que não poderia ter entrado na UTI, pois não possuía equipamentos de segurança, mas continuou no local por pelo menos 10 minutos.

Nota do deputado Ulysses Moraes

Em nota, o deputado negou que estivesse sem Equipamento de Proteção Individual durante a fiscalização e que só tomou conhecimento do boletim de ocorrência nesta quarta-feira (27).

“Essa visita técnica foi feita em conjunto com um representante do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, resguardados todos os cuidados frente ao COVID-19, tais como a colocação de EPI’s (máscaras, capacete e álcool em gel), e denúncias de sucateamento de setores do PSMC, e do atraso do pagamento dos profissionais da saúde”, disse o deputado.

Ele conta que a mesma fiscalização foi feita em outros hospitais e acha “estranho” que apenas a Secretaria de Saúde de Cuiabá tenha “se ofendido”. “O mesmo trabalho foi realizado nos municípios de Sinop, Primavera do Leste e Rondonópolis, neste último, inclusive, contando com a presença de outros parlamentares. Estranho que somente a Prefeitura de Cuiabá se ofende com a fiscalização, altera a verdade e tenta coagir o trabalho parlamentar.”

Por fim, ele informa que o relatório de sua visita ao Pronto Socorro já foi enviado ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao Ministério Público do Trabalho e ao Tribunal de Contas.

Nota da Prefeitura de Cuiabá

Em nota enviada ao Única News, a Prefeitura de Cuiabá afirma que nunca se furtou a prestar esclarecimentos ou tentou impedir fiscalização de agentes políticos, “desde que sejam feitos de forma respeitosa”.

Segundo a nota, foi justamente por ferir este princípio – o respeito – que a Secretaria de Saúde decidiu comunicar os atos praticados pelo deputado à Assembleia Legislativa.

‘Exatamente por ferir esse princípio, a Secretaria Municipal de Saúde realizou a comunicação dos atos praticados pelo deputado à Assembleia Legislativa. E, na oportunidade, solicitou apuração e abertura de Processo Administrativo, uma vez que, por inúmeras vezes, o parlamentar tem usado de subterfúgios desrespeitosos para com os ambientes hospitalares Municipais dentre os quais; São Benedito, HMC e antigo Pronto Socorro.”

“Tais condutas são consideradas inaceitáveis, especialmente no momento em que todos os esforços estão voltados para o combate à disseminação da Covid -19. Inclusive, com o comportamento, o referido parlamentar fere todos os protocolos de segurança da Organização Mundial de Saúde (OMS) colocando em risco a saúde dos pacientes, servidores e do próprio deputado”, conclui a nota.

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