Cuiabá, 27 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 17 de Junho de 2020, 11:05 - A | A

17 de Junho de 2020, 11h:05 - A | A

POLÍTICA / BUSCA E APREENSÃO

Nova fase da Ararath foca nos crimes cometidos por conselheiros do TCE

Da Redação
Única News



A 16ª fase da Operação Ararath, deflagrada nesta quarta-feira (17) pelo Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal, atingiu 19 alvos, sendo 8 empresas, 8 pessoas físicas, duas fazendas e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).

O objetivo, de acordo com o MPF, foi reunir novas provas contra um dos maiores esquemas criminosos de desvio de recursos públicos do estado de Mato Groso.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a pessoas investigadas. Entre os alvos da operação, estão conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. A ordem para as medidas cautelares partiu do ministro Raul Araújo, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As medidas executadas nesta quarta-feira configuram mais uma etapa de investigação iniciada no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como objeto desvios ocorridos entre 2012 e 2018. Neste caso específico, são investigados cinco conselheiros do TCE - já afastados dos cargos por decisão judicial: Sérgio Ricardo, Waldir Teis, José Carlos Novelli, Valter Albano e Antônio Joaquim.

Além das buscas, o relator acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a quebra de sigilos e compartilhamento de informações entre os investigadores e a Receita Federal, relacionadas a 33 empresas e 30 pessoas físicas que teriam participação no esquema.

As investigações tiveram como ponto de partida, entre outras provas, informações fornecidas em acordos de colaboração premiada firmadas entre investigados e o Ministério Público Federal. Um dos colaboradores declarou que o então governador do estado, Silval Barbosa, pagou R$ 53 milhões aos conselheiros que, em contrapartida, deveriam aprovar as contas da gestão e não apresentar obstáculos ao andamento de projetos e obras do Executivo estadual, sobretudo voltados para os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

Com o aprofundamento das investigações na Operação Ararath, o caso, que tinha como relator na Suprema Corte o ministro Luiz Fux, foi desmembrado. Devido ao foro privilegiado, a parte relacionada aos conselheiros passou a tramitar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As investigações preliminares apontam a utilização – por parte dos conselheiros – de empresas e de pessoas físicas para esconder o recebimento das vantagens indevidas. Estão sendo apuradas as práticas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na petição enviada ao STJ, em que solicita as medidas cautelares, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araujo descreve a atuação dos próprios conselheiros e de pessoas ligadas a eles em um esquema complexo que inclui dezenas de operações comerciais financeiras. É o caso de compra de imóveis e empresas, como um motel, que teria como sócio um dos conselheiros investigados, e um buffet, de propriedade de outro integrante do TCE/MT. No documento, a autora destaca que, embora parte dos investigados já tenha sido alvo de medidas cautelares, as novas buscas são necessárias para o esclarecimento completo do esquema criminoso.

Como o inquérito corre sob sigilo, não serão divulgados, neste momento, os nomes das pessoas e empresas atingidas pelas medidas cautelares. Em relação às buscas na sede do Tribunal de Contas do Estado, a ordem judicial é destinada especialmente às secretarias de Tecnologia da Informação e de Administração, que deverão fornecer dados referentes a contratos firmados pela Corte de Contas com empresas investigadas no esquema criminoso, entre os anos de 2012 e 2015.

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