Ana Adélia Jácomo
Única News
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Cuiabá votou pela cassação do mandato do vereador Abílio Júnior (PSC), no fim da manhã desta quarta-feira (12). Abílio é acusado de quebra de decoro parlamentar, abuso de prerrogativa e calúnia. A cassação do mandato foi embasada em dois fatos: um vídeo em que Abílio acusa outros quatro vereadores de tê-lo ameaçado de morte e uma invasão ao Hospital Municipal São Benedito.
Após a leitura do relatório, Abílio e seu colega de oposição, Diego Guimarães, iniciaram uma intensa discussão com os membros da Comissão da Ética, acusando os vereadores Toninho de Souza (presidente) e Ricardo Saad (relator) de trabalharem pelos interesses políticos do prefeito Emanuel Pinheiro (veja o vídeo abaixo).
“Isso já era esperado. Toninho de Souza mostra a que veio: atrapalhar a CPI do Paletó, atrapalhar o vereador Abílio, que é uma pedra no caminho do prefeito. Não apresentou provas. Se justificou num vídeo onde eu falo que já me ameaçaram e ameaçaram mesmo. Se eles acham que isso é motivo para cassar meu mandato... Isso tem claro interesse político”, afirmou Abílio.
O documento foi aprovado por unanimidade pelos membros da Comissão e depois protocolado na Presidência da Câmara. Após isso, será encaminhamento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), já que há recursos do vereador Abílio pendentes.
"Servidores do São Benedito fizeram boletim de ocorrência por se sentirem constrangidos pela forma como o vereador adentrava o hospital, intimidando servidores, abrindo gavetas e armários, mexendo em documento do RH, fazendo vídeos e ameaçando trabalhadores. Afirmando que era vereador e que iria denunciar que havia cabides de emprego no local, o que causou grande transtorno e constrangeu até pessoas da limpeza", diz trecho do relatório lido pelo relator Ricardo Saad (PSDB).
As ameaças de morte a que Abílio se refere em vídeo divulgado nas redes sociais – apagado depois – teriam sido feitas pelos vereadores Chico 2000, Adevair Cabral, Renivaldo Nascimento e Juca do Guaraná. Esse foi o ponto que mais rendeu críticas a Abílio.
No relatório, Saad afirma que as acusações são calúnias, já que o vereador não apresentou provas, denegrindo a imagem dos colegas, os classificando como bandidos. A defesa do vereador Abílio não teve direito à fala, no entanto, após o fim da reunião afirmaram à imprensa que entrarão com mandato de segurança.
"Não há dúvidas do delito cometido, pois mesmo sabendo que os fatos não eram verdadeiros, caluniou contra eles com a única intenção de ofender a honra dos vereadores. Sem levar em consideração os familiares, os tachando como bandidos. Um total desrespeito aos cuiabanos", disse Saad durante a leitura.
A CCJ tem um prazo legal de 15 dias e então o relatório é encaminhado ao Plenário para votação. Para a cassação, são necessários pelo menos 13 votos.
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