Ana Adélia Jácomo
Única News
O deputado federal Nelson Barbudo, presidente do PSL em Mato Grosso, afirmou nessa quarta-feira (22) que irá a Brasília conversar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para definir sua possível candidatura à eleição suplementar para o Senado, que ocorre em 26 de abril em Mato Grosso.
De acordo com ele, a decisão passa pelo crivo do presidente, de quem espera receber amplo apoio político, inclusive tendo a presença dele em palanque. Barbudo exerce seu primeiro mandato político, tendo apenas um ano de exercício. Ele foi o mais votado à vaga na Câmara Federal, com 126.249 mil votos válidos.
“Agora eu posso falar, porque está marcada uma eleição. Não estou enterrando defunta viva, né? Então, eu posso ser um dos concorrentes (...) Estou indo para Brasília amanhã, vou conversar com meu presidente e vou definir a estratégia que vamos usar. Eu quero me reunir com ele e não sou ‘doente’ pelo poder. O poder não me fascina. Se Bolsonaro falar que não é o momento, eu não saio candidato. Mas se ele falar que precisa de mim e que vai me apoiar, serei candidato”, disse ele ao Única News.
Barbudo ainda deixou claro que agora existe uma rusga com os, até então, aliados da senadora cassada Selma Arruda (Podemos) e o deputado federal José Medeiros (Podemos). É que, segundo ele, ambos ‘viraram as costas’ para o presidente Bolsonaro e já teriam declarado publicamente apoio a uma eventual candidatura à presidência em 2022 para o senador Álvaro Dias (Podemos-PR).
Sobrou alfinetadas até mesmo para o ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), que, segundo Barbudo, tem tentado viabilizar sua candidatura ao Senado nos bastidores e busca apoio de Bolsonaro para isso. Vale lembrar que a eleição suplementar ocorre porque Selma foi cassada por caixa dois e abuso de poder econômico, e que Medeiros já declarou ser pré-candidato à vaga, para "tentar manter o espaço da legenda na Casa".
“Ele (Medeiros) quer pegar carona, porque em entrevistas junto com a Selma, ela disse que o melhor candidato a presidente para 2022 seria o Álvaro Dias, disse junto com o Zé Medeiros. Inclusive, até o Blairo Maggi agora quer apadrinhamento do Bolsonaro", disparou Barbudo.
Sobre apoio político em Mato Grosso, Barbudo afirmou que ainda não procurou ninguém oficialmente, nem mesmo o governador Mauro Mendes (DEM). Segundo ele, as articulações começam a partir da semana que vem, caso ele receba sinalização positiva do presidente.
“Eu não procurei ninguém porque eu não sabia se existiria uma eleição, mas agora é outra coisa. Não adiantava ir no Mauro e nem em não sei quem, se lá na frente eu não disputar. Não vou em reuniões para perder tempo. Quando eu definir, vou procurar meus apoios”, afirmou.
A eleição
A movimentação segue intensa nos bastidores desde que Selma Arruda teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São cotados para concorrer ao pleito: o ex-governador Júlio Campos (DEM), o chefe do escritório de representação do estado em Brasília, Carlos Fávaro (PSD), o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), a secretária-adjunta do Procon, Gisela Simona (Pros) e, dentro do MDB, há outros dois nomes sendo avaliados, o do deputado federal Carlos Bezerra e de sua esposa Teté Bezerra.
São citados ainda o deputado federal Leonardo Albuquerque (SD); o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; os deputados estaduais Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB), Silvio Fávero (PSL) e Dilmar Dal'Bosco (DEM); o ex-ministro Blairo Maggi; o ex-senador Cidinho Santos; o deputado federal Nilson Leitão (PSDB); o ex-governador Pedro Taques (PSDB); o ex-prefeito de Rondonópolis Adilson Sachetti (PRB), o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT) e o vereador por Cuiabá, Mário Nadaf (PV).
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