Claryssa Amorim
Única News
O esquema que utilizava a verba de suprimentos de fundos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em que o ex-deputado estadual José Riva era um dos integrantes, continuou mesmo após ele ser afastado da presidência da Casa. A informação consta em vídeo do depoimento dele, à delação premiada.
No vídeo, divulgado pelo site Olhar Direto, Riva cita que as verbas tinham finalidade distinta da prevista em lei, especialmente na área de saúde, que chegou a bancar funerais, deslocamento de doentes e até translado de pessoas do interior, que faleciam na Capital.
Segundo ele, o esquema continuou depois de seu afastamento e o destino do dinheiro era decidido por um “conselho” formado por deputados. Os ex-chefes de gabinete, Maria Helena Aires Caramelo e Geraldo Lauro, recebiam “ordem expressa” para utilizar a verba.
O ex-deputado foi afastado da presidência de junho de 2013 a dezembro de 2014. Neste período, segundo ele, as verbas continuavam sendo administradas pelos deputados, “logicamente a comando do novo presidente”. No entanto, Riva disse que alternava, mudando um pouco o tipo de atendimento, mas não deixava de atender as demandas que eram acostumados a atender.
“Nós determinamos a eles que todas as demandas que chegassem ao gabinete eram registradas num relatório. Conselho formado dentro do nosso gabinete, eu acho que essa é uma característica apenas do nosso gabinete na ocasião, ele avaliava caso a caso e sugeria o que é que era recomendável pagar, levando em conta o aspecto social, o aspecto político e a abrangência daquele atendimento num determinado local”, relatou.
O esquema
Riva delatou detalhes do esquema, após investigações da Operação Metástase. O ex-presidente da Assembleia e outras 23 pessoas foram acusadas pela prática dos delitos de organização criminosa, falsidade ideológica e peculato.
O grupo desviava recurso público utilizando suprimentos de fundo – que são verbas para atender despesas eventuais e emergenciais não licitadas -, e assim, alguns servidores da Casa de Leis gastassem R$ 8 mil mensais.
A regra era sempre o valor total de R$ 8 mil do suprimento. Depois era sacado e entregue aos chefes de gabinete, que em seguida, pagavam as despesas selecionadas.
Segundo Riva, desde 1995, os deputados estaduais daquela época também chegaram a gastar aproximadamente R$ 40 milhões nas negociações para as eleições da Mesa Diretora. Na delação, para comprovar o seu depoimento, ele apresentou transferências bancárias, depósitos, notas promissórias, além de testemunhas.
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