Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 01 de Julho de 2020, 12:05 - A | A

01 de Julho de 2020, 12h:05 - A | A

POLÍTICA / PRISÃO PREVENTIVA

Preso pela PF, Teis desceu correndo 16 andares de escada para destruir cheques

Euziany Teodoro
Única News



O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Waldir Teis, acabou preso prevetivamente pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (1º). Ele é acusado de obstrução da Justiça no âmbito da Operação Ararath e detalhes da conduta foram divulgados pelo Ministério Público Federal (MPF).

Para encobrir seus crimes de corrupção, Waldir Teis teria descido, correndo, 16 andares de escada para destruir cheques milionários que seriam apreendidos pela Polícia federal, no dia 17 de junho. A ação foi fotografada e filmada pelos agentes, que só não decretaram prisão em flagrante devido à imunidade do conselheiro, que restringe a possibilidade de prisões quando se tratar de crimes afiançáveis.

"Em 17 de junho, cumprindo as medidas cautelares autorizadas pelo STJ, policiais federais e membros do MPF estiveram em 19 endereços ligados aos investigados da Operação Ararath. Durante as buscas no escritório do conselheiro afastado, a Polícia Federal flagrou o investigado tentando destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques - jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer correndo 16 andares de escada. A tentativa do conselheiro foi filmada e fotografada. Só não houve prisão em flagrante por que, como magistrado, o conselheiro tem imunidade que restringe a possibilidade de prisões quando se tratar de crimes afiançáveis", diz o MPF.

A ordem para a prisão preventiva de hoje foi proferida pelo ministro Raul Araújo, relator da Operação Ararath no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve como base relatório da Polícia Federal que revelou indícios de que o conselheiro tentou atrapalhar as investigações, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em seus endereços.

"A denúncia descreve que, no dia 17 de junho, quando a PF cumpria mandados de busca e apreensão em um escritório em Cuiabá, durante 16ª fase da Ararath, Teis, ao notar que os policiais se concentravam em uma segunda sala, recolheu uma série de talões de cheques com cifras milionárias e outras folhas assinadas mas sem preenchimento do valor, que estavam em sala ainda não analisada pelas autoridades. Mas acabou sendo flagrado, e o material, que havia sido jogado numa lixeira, foi recolhido".

Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil. Na decisão, o ministro Raul Araújo apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados e decretou a prisão preventiva do conselheiro do TCE/MT para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos.

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