Claryssa Amorim
Única News
Em entrevista à TV Única, o jornalista e analista político Onofre Ribeiro comentou que, hoje, a Câmara de Vereadores de Cuiabá é "inútil" e os vereadores fazem o que querem. Ainda segundo ele, a Câmara não terá uma renovação significante nas eleições deste ano.
Segundo Onofre, as Câmaras perderam a função e acabaram nem percebendo, o que gerou uma "apêndice desnecessária".
"O cidadão não respeita mais. A Câmara é um apêndice desnecessário dentro do sistema democrático e o sistema democrático está precisando de reformas, com novas funções. Se parar para analisar, os partidos morreram, e eram eles que antes controlavam seus vereadores para ver a eficiência do trabalho. Hoje, o vereador é dono do mandato dele e faz o que quer, porque não tem ninguém pra cobrar", explicou.
Na análise do jornalista, não haverá uma grande renovação Câmara de Vereadores da Capital, porque os que estão lá "fizeram uma armação bem feita" para não deixar novatos entrarem na legislatura.
Ainda destaca o número de votos que esses vereadores receberão. Segundo ele, em Cuiabá, se somar todos os votos dos parlamentares, não chega a 25 mil votos. Para ele, os vereadores reeleitos ou eleitos têm uma qualidade baixa.
"Na eleição passada, renovou quase todo mundo. Esse ano não tem, porque fizeram uma armação bem feita. Cada grupo de vereadores tem o cabeça e não tem coligação. Eles armaram de tal maneira pra não conseguir renovação na Casa. Pra se ter uma ideia, hoje, Cuiabá tem 25 vereadores, se somar todos os votos dos eleitores, não dá nem 25 mil votos. Esse ano, com a pandemia, ainda vai ter muita gente que não vai votar. Essa eleição vai ser muito interessante e com qualidade mais baixa ainda", disparou.
Questionado sobre a relação do vereador e candidato à Prefeitura de Cuiabá, Abílio Junior (Podemos), com a Câmara de Vereadores, caso eleito - já que na Casa ele não tem amizade e não é bem visto pelos colegas -, Onofre opinou que será "facílimo".
O analista político explicou que os vereadores precisam de verba para dizer que estão executando projetos, por isso, precisam da amizade do prefeito. Para ele, a conciliação vai ser tão rápida que será até antes da posse, assim que sair o resultado das urnas.
"A Câmara ama uma caneta. Quem tem a caneta? O prefeito. No primeiro mês já estão se beijando na boca. A conciliação será muito rápida, antes da posse até. Eu digo isso com todo o cinismo, porque o sistema está falido. Não tem nada mais antigo e inútil do que uma Câmara de Vereadores. Ela foi criada filosoficamente pra fiscalizar e legislar. Ela não fiscaliza e nem legisla mais e ainda quer executar. Pra executar, precisa de dinheiro e daí a Câmara é obrigada a casar com o prefeito pra ter dinheiro, pra fazer alguma coisa nos bairros", finalizou.
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